Pinto Bandeira, a Capital Estadual do Pêssego de Mesa – título recebido recentemente pelo Governo do Estado – se prepara para, no mês de janeiro, celebrar uma festividade importante. A 5ª edição da Festa do Pêssego deverá movimentar a cidade que festejará, com muito orgulho, a realização da primeira edição como município. O passo inicial para a realização da festa foi a abertura oficial da safra do Pêssego 2019/2020, que ocorreu no sábado, 23.
O momento contou com a presença do prefeito, Hadair Ferrari, do vice-prefeito e presidente da 5ª Festa do Pêssego, Daniel Pavan, secretários, vereadores, produtores, representantes de lideranças estaduais, bem como as soberanas: a rainha Karla Fabrício, e as princesas Rubiane Da Campo Rubbo e Francine Foresti.
O prefeito, Hadair Ferrari, ressaltou que são mais de 1100 hectares do fruto plantados no município e mais de 450 famílias empenhadas na produção. “A projeção para a colheita é de 18 a 20 milhões, portanto, nada melhor que fazermos esta grande festa, a primeira como município. Com o passar dos anos, evoluímos bastante e, graças a Deus, unidos somos cada vez mais fortes. Por isso, vamos juntos fazer a nossa Festa do Pêssego e mostrar a pujança do nosso povo”, celebra.
O presidente da Associação dos Fruticultores, Vagner Spadari, pontuou que muitas são as iniciativas da entidade para dar um destaque cada vez maior ao fruto e, por isso, um Encontro Técnico de Frutas de Caroço está sendo programado para ocorrer durante a festa. “Queremos auxiliar os produtores para que estejam por dentro das novidades do setor”, frisa.
Métodos tecnológicos
Assim como a rotina da população muda a cada dia com as evoluções tecnológicas, nos pomares isso também está em evidência. No caso da produção do pêssego, vários fatores são levados em consideração para um fruto saboroso e de melhor qualidade.
De acordo com os técnicos da Emater/RS Bento Gonçalves, Enio Ângelo Todeschini e Thompson Didoné, um acompanhamento é realizado desde o plantio da muda, priorizando aspectos fundamentais para o pomar. “O primeiro é o preparo do solo, com a análise e a correção do mesmo, se necessário. Depois, vem a questão da muda, que deve ser de qualidade. As variedades daqui advém de viveiros idôneos e certificados”, pontua Didoné.
Segundo eles, nos últimos anos muito se têm investido na tela de cobertura antigranizo, que além da proteção contra esta intempérie, traz outros benefícios. “Ela permite uma uniformidade maior na produção, bem como reduz a incidência da mosca da fruta. Esta não é uma solução, mas consequentemente diminui o custo de produção, pois o produtor fará menos aplicações de inseticidas, preservando a sua saúde, o meio ambiente e a saúde do consumidor final”, ressalta Didoné. Outra questão é a irrigação, que permite que o produtor não dependa somente da chuva. “Em nossa região, isso já está sendo implantado há quase oito anos. Em Pinto Bandeira desde 2014”, revela Todeschini.
Para o vice-prefeito e presidente da festa, Daniel Pavan, além destes pontos, o produtor está investindo na rastreabilidade, que é um programa que acompanha tudo que é aplicado no fruto. “Desde a floração até o produto final. Trabalhamos com análises, bem como novas variedades para melhorar o sabor e a qualidade”, ressalta.
Segundo ele, a festa será um momento de celebração, mas também de estudos. “Teremos um seminário de fruticultura, onde traremos profissionais renomados para falar sobre tecnologia”, indica. No debate, diversos temas, como o Panorama da Fruticultura de Caroço no Brasil, com Gilmar Marodin, da UFRGS; o Mercado e a Comercialização de Frutas de Caroço, com Gabriel Leite, da CEAGESP; Melhoramento e Cultivares de Ameixa, com Marco Dal Bó, da Epagri; o Melhoramento e Cultivares de Pêssego, com Maria Raseira, da Embrapa; o Manejo de Doenças, com Louise May De Miro, da UFPR e Cristiano Arioli, da Epagri.