O jovem acusado de ser o autor do crime de latrocínio contra o próprio avô, Pedro Ferrari, ocorrido na localidade de Linha Silva Pinto Sul, em Pinto Bandeira, em outubro de 2014, foi condenado a 33 anos e quatro meses de prisão. Além de Alex Colleoni Ferrari, também foi condenado o outro envolvido no crime, Daian Domann de Lima. A decisão foi confirmada pela 2ª Vara Criminal de Bento Gonçalves e assinada pelo juiz Vancarlo André Anacleto.
Daian Domann de Lima foi condenado a 32 anos e quatro meses de reclusão. Além de latrocínio, eles foram condenados pelos crimes de roubo e extorsão. Além dos dois envolvidos, um adolescente infrator, à época, também participou do crime. Eles responderam pelo crime de corrupção de menores.
Caso ocorreu em outubro de 2014
O caso ocorreu na noite de 9 de outubro de 2014, por volta das 21h30min, na localidade de Linha Silva Pinto Sul, em Pinto Bandeira. Os denunciados, juntamente com o menor infrator, estiveram em um primeiro momento na residência de Romildo Ferrari, onde também estava a avó do acusado, Margarida Foresti Ferrari, então com 74 anos, além de duas crianças. Utilizando uma arma de fogo e uma tesoura, renderam as vítimas e roubaram diversos pertences. Entre os itens roubados, estavam eletrônicos, uma espingarda calibre .32, além de roupas e objetos pessoais, além de uma quantia em dinheiro.
Após cometer o primeiro roubo, os acusados se dirigiram à residência do avô do acusado, Pedro Ferrari, à época com 80 anos. No local, Ferrari foi morto com um tiro na cabeça, segundo conclusão da perícia e laudo descrito no processo. O idoso, que estava dormindo quando os criminosos chegaram, morreu na hora. Após o crime, ainda subtraíram do local objetos pessoais, joias, relógios, além de uma quantia em dinheiro.
Os desdobramentos do caso ao longo do processo
Em ambos os casos, Alex teria permanecido dentro do veículo enquanto Daian e o menor infrator entravam nas residências. Por conta disso, a defesa pediu a absolvição dele do crime de latrocínio, por não ter participado da ação. No entanto, o juiz considerou que “(…) Alex não só é coautor, em igual importância, com relação a todos os crimes, mas também é evidente que foi quem iniciou arquitetou o delito, considerando que foram cometidos contra a sua própria família. Alex transportou Daian e R. até o local, possuindo o grupo arma de fogo. Ao chegarem ao local, Alex, a fim de não ser reconhecido, ficou no carro, aguardando o sinal de que as vítimas encontravam-se dominadas. Após, adentrou na residência para ajudar Daian e R. a recolher os bens a serem subtraídos”.
Ainda de acordo com o texto, Daian chegou a ir a um bar, onde tentou vender a espingarda subtraída da residência. Por fim, a sentença considera que “O acusado foi coautor de todos os crimes que lhe são imputados, tendo assumido o risco dos resultados ocorridos”.
O caso de Ferrari foi considerado o primeiro latrocínio da história de Pinto Bandeira. Mesmo enquanto ainda era distrito de Bento Gonçalves, a localidade nunca tinha registrado um crime do tipo.
As prisões dos envolvidos ocorreram ainda no mês de outubro. Um dos jovens foi preso em Caxias do Sul, em 31 de outubro. Ele pretendia fugir para Porto Alegre. Outro suspeito foi detido em 13 de outubro, menos de uma semana depois do crime. Na ocasião, objetos roubados nas residências foram encontrados em uma casa no bairro Borgo, em Bento. Os dois homens que estavam de posse dos objetos foram presos em flagrante por tráfico e receptação, mas não tinham a ver com o latrocínio.