A Linha de Mari, localizada no interior de Bento Gonçalves é um local contrastante: poucas casas, mas muitas parreiras. É que as poucas famílias que residem por lá, vivem da agricultura, onde a uva é o que prevalece. Contudo, para que a vida e até mesmo o trabalho se tornem melhores e mais dignos, os moradores pedem algumas melhorias, principalmente para a energia elétrica.
O agricultor Lairton Favaretto, 49 anos, embora goste de onde reside, pela tranquilidade e calmaria, acha que alguns investimentos são essenciais e fariam diferença, entre eles, a energia trifásica, que ainda não faz parte da realidade deles.
De acordo com Favaretto, a baixa energia impede que alguns aparelhos, que são utilizados para trabalho, não funcionem. “Por exemplo, um moinho para moer milho mais potente não funciona aqui e a gente precisa utilizar”, aponta. O morador acrescenta que já foi feito projeto para a mudança, mas não aconteceu. “Dizem que é muito caro, mas não sei”, afirma.
Outro agricultor, Ivandro Favaretto, 43 anos, que reside na Linha De Mari desde que nasceu, tem a mesma opinião. “Precisamos de energia elétrica trifásica. O poço nem consegue puxar a água, porque teria que ser mais forte”, queixa-se.
Mais incentivo para a agricultura
O agricultor Juvelino Marquioro, 78 anos, mora há 50 na Linha de Mari. “Vim de Bento Gonçalves porque é melhor trabalhar na agricultura do que na cidade, então escapei de lá e vim para cá”, conta.
Contudo, há cerca de vinte anos, depois de passar por uma cirurgia, se aposentou. Hoje, quem cuida dos oito hectares de terra são os dois filhos, que seguem os mesmos passos do pai. A produção da família é destinada para Farroupilha, Bento e Flores da cunha.
Ainda que já tenha parado, Marquioro acompanha de perto a situação e lamenta a baixa valorização do setor. “Está péssima, sem incentivos. Os preços não ajudam, podia melhorar”, acredita.
A principal reivindicação do aposentado é quanto ao preço da uva. “O quilo está entre R$1,20 e R$1,30, mas precisaria ir de R$2,00 para cima, porque a mão de obra está cara, temos que pagar R$150 por dia por um trabalhador e é difícil achar gente boa para trabalhar. Além disso, os insumos também subiram de preço e estão caros”, aponta.