Dentre as principais reivindicações das famílias, a principal é a instalação de uma creche para atender as crianças, já que muitos pais precisam se deslocar caminhando até a mais próxima
O pequeno bairro Imigrante é composto, principalmente, por famílias oriundas de outras cidades do Rio Grande do Sul, que vieram para Bento Gonçalves em busca de uma vida melhor. Outra característica em comum entre os moradores é a vontade de ver o progresso do local que escolheram para viver. Para quem mora lá, o que mais está fazendo falta é uma creche, para atender as crianças pequenas, enquanto os pais trabalham.
O casal Irio, 70 anos e Alice Schenato, 63, são naturais do município de Anta Gorda. Vieram para a Capital Nacional do Vinho logo depois de casarem, ainda jovens. Ambos são moradores do Imigrante há cerca de 42 anos, quando, na época, ainda não tinha nada. “Só tinha três casas, fomos os terceiros moradores da rua, era chão batido, não tinha nem água”, lembra.
Embora daquele período em diante o local tenha melhorado, Schenato considera que o desenvolvimento está andando devagar. Para ele, algumas melhorias são necessárias, como a instalação de uma creche. “Cairia bem, porque tem muita gente que precisa que levar os filhos até o bairro Santa Marta ou outros”, aponta.
Como o pedido não é recente, o aposentado afirma que os responsáveis “alegam que o bairro é pequeno para ter uma creche, que tem pouco movimento”, mas na visão de Schenato, o local está crescendo.
Alice conta que ela e o marido precisaram se virar para cuidar dos filhos, quando eles ainda eram pequenos. “Um de nós trabalhava de dia e o outro de noite, para que a gente conseguisse cuidar deles”, explica.
Outro morador, o aposentado Gilmar Manoel, 57 anos, elogia o bairro, mas com ressalvas. “É bom de morar aqui, mas faltam algumas coisas, em primeiro lugar, algo essencial: uma creche. Tem bastante crianças aqui, tem muita gente que vem morar de aluguel e tem filhos pequenos”, pontua.
Manoel, inclusive, menciona que fica sentido de ver a situação de uma das vizinhas. “Fico com dó, porque ela vai a pé até o Santa Marta levar a criança, imagina em dia de chuva. Às vezes dá vontade de ligar o carro e dar carona”, afirma.
A aposentada Ana do Campo, 64 anos, entende o que as mães enfrentam, pois quando o casal de filhos estava em idade de ir para a creche, precisou largar o emprego da época por não ter onde deixar as crianças. “Se tivesse, a gente até pagava mensalidade para não perder o trabalho”, conclui.