A Corrida Internacional de São Silvestre chegou no domingo, dia 31 de dezembro à 98ª edição, com cerca de 35 mil participantes amadores e profissionais. Como de costume, a prova ocorreu no último dia do ano, em São Paulo

O morador de Bento Gonçalves, Jackson de Souza da Rosa, participou no dia 31 de dezembro de 2023 da maior competição de rua da América Latina, a tradicional Corrida Internacional de São Silvestre. O evento chegou a sua 98ª edição, com cerca de 35 mil participantes. Seguindo a tendência mundial das grandes provas da modalidade, a maioria dos corredores foi do gênero masculino. Ao todo, foram 21.553 homens e 12.811 mulheres que disputaram a prova nas ruas da capital paulista.

Participar desta competição exige muita preparação e uma enorme logística, pois o trajeto é de 15 quilômetros, com os corredores partindo da Avenida Paulista, na altura da Rua Augusta, e passando por locais como a Avenida Ipiranga, Largo do Arouche, Praça da República, Avenida São João e, completando o circuito, a Fundação Cásper Líbero, também na Paulista, deparando-se, primeiro, com bastante descida, e, no meio do caminho, com a alternância de subidas e descidas. “Levei 1h33min para concluir o percurso. Como não larguei no pelotão de elite ficou um pouco difícil fazer um tempo melhor, pela multidão ao meu lado, mas a intenção era só participar mesmo. Fiquei bem feliz, é um ambiente sensacional, tantas pessoas na busca de um sonho, algumas fantasiadas, com faixas, outras cumprindo promessas, pessoas mais velhas, deficientes, todos desafiando seus limites para concluir a prova”, conta da Rosa.

Preparação

Residente no município há 13 anos, o atleta amador atua como Analista de Sistemas e, há alguns anos, sonhava em participar da competição. “Em 2020 estava me organizando para participar, cheguei a comprar a passagem, em fevereiro, para ir pagando durante o ano, só que em março veio a pandemia e o meu sonho foi adiado. Mas desde o fim de 2022 venho me preparando. Faço musculação, meu treinador Daniel Silva prepara os treinos que realizo três vezes na semana e minha fisioterapeuta Daniela Oliveira me acompanha para tratar e evitar lesões, que eram comuns quando eu tentava conciliar o futebol com a corrida”, ressalta.

Desafios encontrados

Durante o percurso da São Silvestre o calor foi o principal adversário de Jackson da Rosa, além da grande quantidade de competidores, gerando uma sensação de abafamento. Em razão destas condições, durante a prova são disponibilizados copos de água e todo o suporte médico, se necessário. “Estava a quase 30 graus e bem abafado. Também a grande quantidade de pessoas em algumas ruas estreitas e nas subidas dificultaram o percurso. A organização da corrida me surpreendeu, tudo muito bem preparado, vários pontos de hidratação, banheiros, e aquela música da vitória do Ayrton Senna no início e no fim da corrida foi incrível”, lembra.

Ter uma preparação mental forte auxilia para cumprir o percurso da prova. Para estimular o equilíbrio mental e se preparar para o que iria enfrentar, o atleta buscou nas redes sociais vídeos, histórias, dicas e depoimentos sobre o percurso, o que o deixou mais tranquilo e confiante para participar da competição. Segundo ele, provas desta natureza são essenciais e contribuem para a formação de uma melhor sociedade. “Foi impressionante ver a quantidade de pessoas ao lado das ruas acompanhando e motivando os corredores, crianças alegres dando a mão para a gente tocar como gesto de incentivo foi lindo. É muito importante ter eventos como este para mostrar para todos que a atividade física é essencial para nossa saúde e motivar novos atletas a participar e ir atrás de seus sonhos. Todas as cidades deveriam organizar mais eventos esportivos para a população”, ressalta.

Um sonho realizado

Todos corredores anseiam em, um dia, participar da corrida de São Silvestre. Para Rosa isso não era diferente. Justamente por isso, para ele, a satisfação foi ter materializado esse sonho. “A minha maior alegria foi ter realizado meu desejo de participar desta corrida tão famosa, ver que se a gente não desistir, sempre alcançaremos nossos objetivos. Quando passei a linha de chegada e recebi uma linda medalha, acabou sendo uma sensação inexplicável, o coração foi a mil, foi realmente emocionante. Uma vez me falaram que só depois de participar de uma São Silvestre poderia dizer que era corredor, e realmente agora me sinto muito mais confiante e preparado para novos desafios, e competições, com muito mais vontade de treinar e evoluir a cada dia”, conclui.
Agora, seus planos são continuar treinando para participar de outras corridas na região e pelo resto do Brasil. Também almeja voltar a participar da São Silvestre, na edição 100, em 2025.

Vencedores da 98ª edição

Os vencedores de 2023, foram a queniana Catherine Reline, de apenas 21 anos, sendo a bicampeã da prova, completando os 15 km de trajeto por São Paulo em 49min54s. Já entre os homens, o também queniano Timothy Kiplagat Ronoh venceu com 44min52s. Tanto no masculino quanto no feminino, o melhor brasileiro ficou em sexto: Johnatas Oliveira, entre os homens, e a angolana naturalizada brasileira Felismina Cavela, que correu a São Silvestre pela primeira vez, entre as mulheres.

Imagem: Arquivo Pessoal