É o caso de obras como o Monumento ao Imigrante, na Praça Achyles Mincarone, o Busto do General Bento Gonçalves da Silva, na Praça Dr. Bartholomeu Tacchini e a Pipa Pórtico
Bento Gonçalves é uma cidade cheia de histórias para contar. Algumas delas ficaram guardadas na memória dos antepassados que estiveram aqui e contadas para as gerações, mas outras, de tão importantes, precisaram ser expostas em forma de monumentos.
É o caso de obras como o Monumento ao Imigrante, na Praça Achyles Mincarone, o Busto do General Bento Gonçalves da Silva, na Praça Dr. Bartholomeu Tacchini e no Salão Nobre da prefeitura, a Cruzinha, a Pipa Pórtico, na entrada da cidade, o Busto Dr. Bartolomeu Tacchini, no Hospital Tacchini, o Gaiteiro em homenagem à Todeschini, na Fundaparque, o monumento em Homenagem às Mães, na Praça Walter Galassi e o Monumento ao Empreendedor, na Praça das Rosas.
Segundo a aposentada Etelvina Miolo, o Monumento na Praça São Bento é muito importante para compreensão do passado dos bento-gonçalvenses. “Acho que os monumentos têm um enorme valor para a cidade. Este, principalmente, nos lembra o quanto os antepassados sofreram quando chegaram aqui. Além disso, para o turista é uma forma de conhecer a história da cidade”, explica.
Para o vendedor Daniel Lodi, observar a representação dos imigrantes é entender o passado. “Acho que a obra valoriza o patrimônio cultural. Além disso, quem sabe de onde veio, sabe para onde vai”, afirma.
Outro monumento que é muito observado na cidade é o Busto do General Bento Gonçalves da Silva, no centro da cidade, uma homenagem aos centauros farroupilhas. De acordo com o artesão Charles Alberto Provensi, “deveríamos educar os recém-chegados para que eles também saibam a história. A nossa cidade é uma das melhores do mundo em mais de 100 anos de existência”, destaca.
A maitre Rosana Michelon não é nascida em Bento Gonçalves, mas mora aqui há 25 anos. Para ela, por meio dos monumentos, os turistas conseguem compreender os acontecimentos locais. “É a história daqui, como o que tem na praça da Planalto. São coisas que faz a gente lembrar. Muitos turistas passam e também conseguem entender as histórias melhor”, assegura.
Para a autônoma Priscila Duana, que veio de Belém há seis anos, essa é uma atração diferente das demais. “É importante para contar as histórias da cidade para quem vem de fora, como eu”, salienta.
Onde está a carta-testamento?
A carta-testamento de Getúlio Vargas, que atuou como presidente do Brasil durante cerca de 18 anos, foi divulgada logo após tirar sua própria vida, em 24 de agosto de 1954. O documento foi direcionado ao povo brasileiro e anunciado logo após a morte do então presidente.
Em Bento Gonçalves, de acordo com o ex-vereador e advogado Idalino Casagrande, um monumento foi trazido à cidade ainda em 1954. “Era uma placa de bronze na qual tinha ainda a íntegra da carta-testamento. Ela chegou em todas as cidades brasileiras na época”, explica.
Segundo Casagrande, o documento esteve exposto em forma de monumento até o governo do prefeito Sady Fialho Fagundes, que durou até fevereiro de 1973. O ex-vereador afirma que ela estava localizada no centro da cidade, na praça Walter Galassi, antes de desaparecer. “A carta foi para em frente da Câmara de Vereadores, na praça, depois foi colocada apenas meia carta de novo no local de origem, e depois desapareceu”, lembra.
O advogado explica que a importância da carta é extrema, em respeito à história de Getúlio Vargas para o país. “Ele criou a Petrobras, Eletrobrás, os direitos sociais, a previdência, a Consolidação das Leis do Trabalho. Foi um marco na história de Bento e aquela carta tem que ser reposta na íntegra, num local público, onde todos possam vê-la. Entendo que repor a carta testamento é uma obrigação do gestor atual e foi também das outras gestões. É um documento brilhante, patriótico e, apesar de tantos anos, ainda é atual”, pensa.
A Cruzinha
Na sexta-feira, 2, iniciou a obra de realocação da Cruzinha. A remoção do monumento, até então localizado em frente à Igreja Santo Antônio, será para recolocar, segundo a prefeitura, junto ao largo entre as ruas Marechal Deodoro e Rua Assis Brasil, local original.
A Colônia Dona Isabel, como era chamada a cidade de Bento Gonçalves, criada em 1870, já era conhecida como Região da Cruzinha, por conta da cruz rústica que foi cravada sobre a sepultura de um transeunte do local.
De acordo com registros históricos da cidade, é possível concluir que o nome “cruzinha” teve origem na Cruz encontrada ao largo dos terrenos, na época, ainda baldios, e que hoje abrange parte da Praça Dr. Walter Galassi, Banrisul e Edifício Adelina Ruga.