Matthieu Ricard, monge budista e amplamente reconhecido como o “homem mais feliz do mundo”, compartilha ensinamentos valiosos sobre como cultivar uma vida mais leve e plena. Em sua obra “Felicidade: um guia para desenvolver a habilidade mais importante da vida”, Ricard enfatiza que a verdadeira felicidade começa com a liberação de sentimentos como orgulho, ódio e ciúmes.

Ricard argumenta que esses sentimentos são obstáculos significativos para a felicidade, frequentemente geradores de ansiedade, estresse e baixa autoestima. “Não dá pra ser feliz assim”, ele afirma, ressaltando que a primeira etapa para a harmonia interior é se livrar do sofrimento.

O monge também destaca a importância do autoconhecimento. Ele defende que estar ciente de suas emoções, como a ansiedade, é essencial para manter o controle sobre elas. “Estar ciente da ansiedade não é estar ansioso, é estar ciente que ela está ali”, explica Ricard, mostrando que a percepção é uma chave para o bem-estar.

Além de se desfazer de sentimentos tóxicos, Ricard sugere que aproveitar os momentos simples da vida, como um momento de silêncio ou a beleza de um céu azul, pode ser profundamente gratificante. Para ele, esses pequenos prazeres são fundamentais para desenvolver uma felicidade duradoura.

O controle do ego e a comparação com os outros

Ricard alerta também sobre a vulnerabilidade do ego. Ele enfatiza a necessidade de controlar essa parte de nós mesmos, que pode levar a comparações prejudiciais e sentimentos de inadequação. “Nunca devemos nos comparar com os outros”, ensina, enfatizando que essa prática pode ser tóxica e prejudicial à nossa percepção de felicidade.

Embora algumas pessoas possam parecer naturalmente mais felizes, Ricard ressalta que a felicidade é um estado que requer prática e esforço contínuo. “Alcançar uma felicidade duradoura como um modo de ser é uma habilidade que requer esforço sustentado no treinamento da mente e no desenvolvimento de qualidades como paz interior, atenção plena e amor altruísta”, conclui.

A necessidade de compreender o sofrimento

Ricard também revela que, em um de seus livros, considerou intitular a obra de “Sofrimento”. Para ele, entender as fontes de sofrimento é crucial para alcançar a verdadeira felicidade. Antes de discutir a felicidade, é essencial reconhecer e lidar com as dores que todos enfrentamos.