Um exemplo de consumo consciente são os brechós, que estão se modernizando e incentivando a reutilização
Sustentabilidade. Palavra que precisa ser colocada em prática todos os dias, inclusive na moda. De acordo com a entidade de movimento para educação ambiental, Menos Um Lixo, a indústria de moda é a segunda mais poluente do mundo. Por ano, 93 trilhões de litros de água são gastos para a produção de roupas, o que corresponde a 4% da captação mundial de água doce anual. Para a produção de um quilo de fibra de algodão, são necessários de sete a 29 mil litros de água.
Mas, como usar roupas e acessórios de forma sustentável? A solução não se concentra apenas em produzir novas peças a partir de produtos recicláveis, mas consumir produtos que já foram utilizados por outras pessoas. A exemplo dos brechós, que estão se modernizando e incentivando o consumo consciente.
Segundo a proprietária do Elegant Brechó e Inspire Moda Sustentável, Luciane Almeida, é possível renovar o ciclo das roupas, pois pode-se encontrar itens com qualidade e preço bom. “Brechós são como recicladores de roupas, pois, não utilizam da natureza para criar novas. A maioria das roupas são produzidas com tecidos que tem origem animal ou vegetal. Então, essa questão de reutilizar ajuda na sustentabilidade”, salienta.
Para Luciane, adquirir uma roupa que já foi de outra pessoa ajuda a diminuir o impacto ambiental causado pela indústria têxtil, além de reduzir acúmulo de lixo no planeta. “Moda sustentável é baseada na preservação do meio ambiente em todas as suas etapas de produção, buscando, por exemplo, reduzir a quantidade de poluentes usados na fabricação dos produtos e minimizando a retirada de matérias-primas da natureza. Já existem várias marcas brasileiras apostando nesse mercado”, afirma a empresária.
A sócia da boutique Cara de Nova, Élida Duranti Dias, afirma que sua loja tem uma curadoria, onde são avaliadas as peças, antes de serem colocadas à venda. Por isso, a reciclagem não quer dizer, necessariamente, estar fora da moda atual. “Temos peças de qualidade, de marca, acompanhamos as tendências e colocamos esses produtos à venda. Não vendemos nada antigo. São produtos atuais”, explica.
Reciclar está na moda
De acordo com Élida, o objetivo da loja é a preservação do meio ambiente. “Tudo o que é reaproveitado não vai agredir o meio ambiente. Talvez a peça não sirva mais para mim, mas pode servir para outra pessoa e isso continua no mercado. Se não quero mais, tenho que descartar. Posso passar para frente e outra pessoa vai usar e aproveitar muito mais tempo. A gente sabe que a durabilidade de uma bolsa, de um acessório ou de um cinto é longa”, salienta a gestora.
Luciane diz que a moda se reinventa, reutilizar produtos é uma ótima opção para economizar e, ao mesmo tempo, ter uma peça única e com qualidade. “Comprar em brechó fortalece o seu estilo próprio, pois você compra porque se identificou com o item e porque aquilo combina com você”, observa.
Élida reitera que esse hábito faz a economia girar, a moda também, além de dar um alívio para a natureza. “Quanto mais tempo esse produto ficar no mercado, menos agressão vai ter para o meio ambiente porque todos vão continuar produzindo. Além disso, quem vende, recebe, e quem está comprando ganha pelo preço bom”, aponta.
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