Estudantes do 3° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Liette Tesser Pozza estão engajados na atividade escolar, que conta com o apoio da Emater

Visando incentivar as crianças a aprender e pensar em um mundo mais sustentável, as três turmas que integram o terceiro ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Liette Tesser Pozza, começaram o ano letivo colocando a mão na terra para desenvolver a compostagem. O processo é conhecido como reciclagem do lixo orgânico, que transforma a matéria encontrada no lixo, em adubo natural, podendo ser usado para substituir produtos químicos.

Em fevereiro, as professoras de cada turma, Noeli Teresinha Kinalski, Marilde Bernardi e Jeniffer Woitkoski, foram instigadas pela direção escolar a pensar em ações sustentáveis para colocar em prática com os estudantes. A partir de então, surgiu o projeto ‘Sustentabilidade, um gesto de amor’. A diretora Ivanete Trevisan Dal’Osto afirma que “elas pensaram no reaproveitamento de resíduos orgânicos, de alimentos, de cascas, de sobras de folhas, de verduras”.

Para que o projeto fosse desenvolvido de maneira mais rica, a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/Ascar) foi convidada para ser parceira do projeto. “Eles abraçaram a ideia e estão dando todo suporte”, garante.

Inicialmente, a sugestão da Emater era de criar a compostagem na horta da escola. Posteriormente, a ideia foi modificada. “Pensando no nosso clima e em como os alunos poderiam se organizar, pesquisamos e compramos três composteiras, uma para cada turma. Foi o auge da alegria das crianças. As composteiras já vieram com saquinho de terra, de serragem e um pote com minhocas californianas”, comemora.

Escola, crianças e família engajadas na atividade

Assim que as composteiras chegaram e a parte prática do projeto foi iniciada, percebeu-se um engajamento que foi além do esperado. “A escola recebe um cardápio mensal da Secretaria Municipal de Educação (Smed), então, as crianças começaram a ver quais os dias que vai ter cascas de alimentos e conversaram com as merendeiras para elas guardarem. Às vezes eles buscam ou elas já deixam separado. Na hora do lanche, elas colocam uma bacia para eles colocarem as cascas da banana. Foi feita uma parceria entre eles”, orgulha-se.

Alunos das três turmas do 3° ano participam do projeto

Contudo, não parou por aí. As famílias dos alunos também estão colaborando com o processo de compostagem. “Nas camadas das composteiras dá para utilizar erva-mate usada, a grama logo que é cortada e os alunos estão trazendo de casa. Então, movimentou escola, professores, alunos, merendeiras, famílias e a Emater. Envolveu todo mundo”, destaca a diretora.

Ainda que a iniciativa esteja sendo desenvolvido especificamente pelas turmas do terceiro ano, os demais estudantes também estão ajudando. Os restos do lápis, quando apontados, auxiliam a criar uma camada da composteira. Por isso, os alunos passaram nas outras turmas do colégio e deixaram uma caixa para que as cascas sejam guardadas e utilizadas. “Depois, eles passam nessas outras turmas recolhendo”, conta.

Projeto de impacto

Uma das professoras responsáveis pela atividade, Noeli Teresinha Kinalski, salienta que quando a direção escolar propôs a criação de um projeto sobre sustentabilidade, várias ideias surgiram, mas a intenção era desenvolver algo que realmente causasse impacto aos envolvidos. “Nós, as três professoras, nos reunimos e concluímos que nosso objetivo era criar um projeto em que além de impactar, as crianças aprendessem aqui e levassem para casa também”, garante.

Emater elogia projeto

A extensionista social da Emater, Luciana Marion Fagundes da Silva, conta que visitou a escola para ver qual era a demanda inicial sobre a compostagem. Embora tenha percebido que as professoras já tinham algum conhecimento a respeito do assunto, passou todas as orientações e sugestões necessárias. “Orientei de como se faz, passo a passo, desde a montagem da composteira, de como poderia ser construída, qual espaço seria necessário, como são feitas as camadas para a compostagem”, cita.

Com todo processo já em andamento, as crianças foram contempladas com uma palestra. O chefe do escritório da Emater, Thompson Didoné abordou questões que envolvem a vida no solo e a importância da preservação. Luciana ficou responsável por reforçar os cuidados com a composteira e quais alimentos podem ser utilizados nela. Ao final, os alunos realizaram uma experiência prática.

Sobre o projeto, a extensionista social afirma que possibilita uma visão maior às crianças sobre a sustentabilidade. “Também faz com que elas consigam perceber o processo de reciclagem de alimentos, previne muitos lixos, tem todo esse cuidado com a terra. Desse modo, é um projeto importante, porque além de aproveitar os resíduos gerados na escola, também apresenta aos alunos uma forma de como cultivar alimentos”, salienta.

Por fim, a extensionista social ressalta que essa atividade da Emater faz parte do que eles chamam de “segurança e soberania alimentar”, pois eles prestam orientação para que os alimentos sejam bem produzidos, especialmente com mais segurança.

Conheça alguns dos benefícios da compostagem

  • Minimiza a quantidade de lixo gerado nas residências;
  • Contribui para o aumento da vida útil dos aterros públicos;
  • Transforma resíduos em adubo para jardinagem;
  • Reconexão com ciclos naturais da terra e com o alimento;
  • Atividade educadora para crianças e adultos;
  • Autossuficiência e economia na geração de adubo próprio.

Veja o que pode ser utilizado em uma composteira

  • Restos e cascas de frutas, legumes e verduras;
  • Pó de café, inclusive o coador de papel
  • Restos ou migalhas de pães ou biscoitos;
  • Restos de grão ou farinhas crus;
  • Aparas de ervas, raízes ou capim seco;
  • Restos de podas e jardinagem;
  • Serragem de madeira;
  • Papel de jornal, folhas;
  • Saquinho de chá;
  • Grama seca.