O câncer está se tornando a 1ª causa de mortalidade por doenças no mundo todo, e o câncer de mama é o que mais mata mulheres. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê um aumento de 46% dos casos de câncer de mama nas Américas até o ano de 2030, com uma concentração de 57% dos casos diagnosticados em mulheres com menos de 65 anos, na América Latina.

A verdade é que o número de pacientes com câncer de mama aumentou nos últimos anos e temos acesso a essa variação justamente por conta do diagnóstico precoce. É claro que as mulheres estão vivendo mais, a população cresceu no mundo inteiro e, consequentemente, existe um número maior de diagnósticos. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine, em 2019, mostra os diferentes tipos de câncer, incluindo gráficos que já são conhecidos pela classe médica em relação à queda da mortalidade por câncer de mama. Os tratamentos mais modernos, como cirurgias menos invasivas e com tempo mais curto de duração, tratamentos anti-hormonais, entre outros métodos inovadores, são práticas apontadas como as principais razões para essa redução. Para o primeiro passo do tratamento, a mamografia ainda é o melhor exame disponível para o diagnóstico precoce e, como sabemos, identificar o quanto antes a doença faz diferença.

É preciso alardear o fato de que a mamografia é um exame com a capacidade de detectar o câncer em estágios iniciais, uma vez que mais da metade dos casos chegam aos consultórios com o problema em fase avançada, segundo a OMS. Principalmente em mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde brasileiro, o que dificulta a eliminação e possibilidade de cura.

Identificar o quanto antes a doença faz toda a diferença

A principal questão é em relação ao diagnóstico de carcinomas, lesões chamadas não invasivas ou não infiltrantes, quando não é possível saber quem são as pacientes que vão de fato ter um câncer de mama mais agressivo posteriormente. Pela mamografia, não há como saber, do ponto de vista biológico hoje, se aquele carcinoma pode ou não se tornar algo mais agressivo, que necessite de um tratamento como cirurgia ou quimioterapia.

O câncer de mama permanece como uma doença desafiadora, exigindo maiores avanços terapêuticos para melhoria das taxas de cura e mantendo-se como uma patologia que exige diagnóstico precoce. O exame clínico das mamas, associado à mamografia representa ainda a melhor estratégia a ser adotada. A detecção em um estágio inicial permite um tratamento menos agressivo, determinando melhor qualidade de vida, com menos mutilação e menos efeitos colaterais, e aumentando as taxas de cura pela doença.

Vale lembrar que 40% das pacientes no Brasil ainda chegam aos profissionais de Saúde com tumores muito avançados, inoperáveis. Não oferecer a oportunidade de rastreamento com celeridade e a rigorosidade necessária é condenar mulheres a um risco maior de morte e isso é inaceitável.