Sine ofertou mais postos de trabalho em 2017, mas qualificação exigida nas empresas dificulta inserção de desempregados
Embora tenha mais vagas em aberto em Bento Gonçalves com relação a 2016, a maioria dos desempregados não tem a qualificação exigida pelas empresas para preenchê-las. Isso é o que demonstra os dados da agência da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS)/Sine do município. De acordo com a análise do órgão, o fenômeno é reflexo da demanda por empregos, que resultou na abertura de vagas para candidatos mais qualificados.
Números divulgados pela agência demonstram que, em 2017, foram 1014 vagas captadas, 74 a mais do que 2016. No mesmo período houve redução no número de colocações no mercado de trabalho, de 394 para 301. Já o encaminhamento para empresas reduziu de 4.766 para 4.511, considerando que pode ocorrer mais de um direcionamento para a mesma vaga.
Em contrapartida, aumentou o encaminhamento de seguros desemprego, de 5.556 em 2016 para 5.958 em 2017. O número de atendimentos também sofreu com acréscimo, de 29.908 para 30.391 no mesmo período. De acordo com o coordenador da FGTAS/Sine de Bento Gonçalves, Alexandre Maso, as vagas estão surgindo, no entanto, são mais específicas, o que limita o número de candidatos aptos à concorrência. “Esse ano abriu um leque maior de oportunidades. Por isso, a pessoa qualificada está conseguindo se colocar no mercado de trabalho”, comenta.
Porém, segundo Maso, o mesmo não ocorre com quem não tem qualificação, na medida em que as empresas acabam priorizando os profissionais mais habilitados ou com alguma experiência na área. “Para as pessoas com menos escolaridade continua a ser difícil”, analisa o coordenador.
Nesse sentido, Maso ressalta que os profissionais da agência buscam orientar as pessoas a buscarem escolaridade, sobretudo quem não tem o ensino fundamental completo. “A diversidade de vagas mudou em relação ao ano passado. Em 2016 era produção ou comércio. Agora abriu um leque maior”, avalia. Ele cita como exemplo oportunidades disponíveis para motoristas de caminhão, mecânicos ou candidatos capacitados a operar determinados tipos de máquina.
Em contrapartida às vagas oferecidas, Maso ressalta que a maioria dos candidatos que chegam ao Sine são pouco escolarizados. “A grande demanda é o pessoal menos qualificado. Nosso sistema é gratuito, não cobramos nada da empresa e nem do trabalhador, por isso temos esse público que precisa de uma atenção maior”, afirma.
O coordenador ainda aponta que as pessoas costumam ir na agência até duas vezes por semana, para conferir se há alguma vaga nova. “Empresas que não pedem escolaridade e nem experiência profissional, geralmente é no ramo frigorífico, limpeza ou algum outro setor”, observa.