São tantos os números que nos identificam. Aliás, quando nascemos, mesmo sem termos ainda o nome registrado, lá estão eles para nos identificar: hora e dia que nasceu, altura, peso e, com o tempo, vamos agregando outros números no nosso curriculum.
Contudo, embora eles nos identifiquem, não nos definem, ou, pelo menos, não deveriam; caso contrário, estaríamos limitados a mensurar unicamente o que vemos no espelho.
Isto não é diferente em relação a um país. Se assim o fosse, poderíamos nos dar por satisfeitos, tendo em vista estarmos nesta terra adorada de 8.515.767,049 quilômetros quadrados, ou seja, o maior país da América do Sul.
Mas, como dissemos, os números nos identificam, porém não nos definem.
Nesse sentido, mesmo vivenciando um mundo digital sem fronteiras, cuja interação mundial e representatividade se fazem extremamente necessárias, por outro lado, de uma forma bem simples e antiga, quem não dá a atenção devida ao seu jardim, porquanto se preocupa muito mais com a maçã “vermelha” do vizinho, corre o sério risco de perder até mesmo os frutos – do que sequer plantou as sementes.
É o que se tem visto e não é de hoje, em relação ao nosso chefe de Estado. Infelizmente, não são poucas as ocasiões em que o tempo destinado e custeado pelos brasileiros para representar o país está sendo muito mal utilizado pelo presidente para representar e festejar unicamente a sua figura política. Seja onde for, nessas oportunidades faz par “glamoroso” com sua vaidade, buscando freneticamente uma posição de liderança mundial, enquanto o caos econômico já tomou conta do país.
A nós brasileiros, é fácil diferenciar a figura singular e vitoriosa história do sindicalista do passado quando este “baixa” sobre a autoridade do presidente da República, porém, aos olhos do mundo, não é bem assim e esse passar despercebido, entendo, não traz nenhum benefício a quem de fato e de direito interessa, ao nosso país.
Portanto, quando o discurso ideológico do passado de fronte às fábricas ainda faz eco nos mais elevados espaços de poder impregnando a autoridade presidencial, seja tomando partido e agindo até mesmo como se fosse “juiz de paz” em conflitos internacionais dos quais nosso país historicamente se posiciona com neutralidade, posando com bandeiras de países cujo conceito de democracia é pra lá de “relativo”, usando bonés e siglas de organizações, muitas inclusive duvidosas, o que mais nos lembra, o passado sindical ou o desejado presidente?
Ao agir de tal forma, o BRASIL se apequena mesmo com as suas dimensões continentais, pois rasga a liturgia do cargo de presidente da República e cria embaraços e mais embaraços diplomáticos. Ainda, de modo inconsequente, se coloca entremeio ao ringue de pesos pesados da economia global, alimentando a fúria de alguns e sendo anteparo de outros e, o pior de tudo, transmite uma mensagem errônea ao mundo, a qual efetivamente não representa os interesses e as prioridades diante dos problemas e necessidades de nosso país.
A propósito, por último, na semana passada, a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, condenada por corrupção no exercício de cargo público pela última instância da Justiça de seu país, o que seria, no Brasil, o STF, recebeu em visita domiciliar o maior dirigente sindicalista que nosso país já teve, por ora, nosso presidente do Brasil, o qual resumiu como sendo meramente um “ato político de solidariedade”!
Após relativizar o conceito de democracia, agora vemos o uso impróprio da palavra “solidariedade” celebrar a indigesta corrupção, sem antes deixar de criticar abertamente o Poder Judiciário daquele país…
Como se vê, para certas coisas o pensamento muda ao som “del Caminito” e sem dúvida “por uma cabeza”!
Enfim, se assim quiseres, CHOREM POR NÓS, ARGENTINA, POIS VIVEMOS HOJE MAIS TRAGÉDIAS DO QUE TANGOS!