O Dia dos Namorados está chegando e, com ele, a oportunidade perfeita para celebrar o amor em suas mais diversas formas. Enquanto corações apaixonados se preparam para trocar presentes e juras, mergulhamos nas histórias de três casais que, cada um à sua maneira, construíram e cultivam relacionamentos inspiradores.

A construção da parceria
FPara Laura Brescansin de Oliveira e Giancarlo Carvalho Finato, a paixão de Laura pelo tradicionalismo gaúcho foi o elo que os uniu. O primeiro encontro, em um jantar de amigos, não revelou a conexão, mas o inesperado veio dias depois. Laura conta: “A primeira conversa produtiva foi alguns dias depois, quando ele chamou no WhatsApp e eu comentei que haveria um evento no CTG Laço Velho, e o convidei sem esperar que aceitasse, de fato. Entretanto, para a minha surpresa, ele aceitou”. Esse convite marcou o início da jornada do casal.
Mesmo sem conexão prévia com o tradicionalismo, Finato demonstrou apoio incondicional à paixão de Laura. “A partir do momento em que começamos o relacionamento, ele se envolveu completamente na minha rotina maluca de ensaios e rodeios. Me levava e me buscava em todos os ensaios semanais, me acompanhava em todos os eventos (bailes, rodeios, apresentações), sempre se esforçando e fazendo questão de estar presente, ainda que aquele não fosse um ambiente familiar para ele”, conta Laura. Para ela, esses gestos foram cruciais, pois encontrou em Finato um verdadeiro companheiro. “Uma presença constante e o interesse de fazer parte da minha vida por completo”, ela enfatiza.
Apesar de sua dedicação, a inserção de Finato no ambiente do CTG não foi fácil. “O primeiro baile, por exemplo, foi vergonhoso. Nós lembramos e rimos até hoje do evento”, revela Laura, destacando os desafios iniciais e o companheirismo construído. Para o casal, a solidez da relação vai além do amor, baseada no entendimento e respeito às diferenças. “Apesar do esforço, não é o ambiente dele, tanto eu quanto ele reconhecemos isso, mas independentemente de não ser familiarizado com o tradicionalismo, ele sempre participou e prestigiou os eventos como forma de apoio e de fortalecer a relação”.
Conciliando estudos e trabalho, o casal aproveita o tempo livre com atividades que os unem. “Gostamos de assistir séries, cozinhar e, acima de tudo, amamos apreciar uma boa comida. Também gostamos muito de sair com amigos para jogar cartas, sinuca ou simplesmente para jantar e conversar.”
Laura conclui que o esforço mútuo é a base para o sucesso. “Apesar das diferenças envolvendo os gostos e preferências pessoais, o esforço para sempre estar presente foi a forma dele demonstrar afeto e de fortalecer o nosso relacionamento”, destaca. “A presença dele sempre foi muito importante para mim, por isso, sempre deixei claro o quanto apreciava o esforço dele”, conta. Essa troca resultou não só em amor, mas em “uma amizade incondicional e uma parceria sincera”, finaliza.

O amor a partir do festival
No cenário festivo e efervescente de um festival do chopp, onde a alegria transborda e as canecas se erguem em celebração, Eduardo Pasini e Mayara Pertile encontraram mais do que uma boa cerveja. Há 14 anos juntos, o casal deu um passo importante em 2016, quando foi morar juntos. A união foi oficializada em 24 de janeiro de 2020, selando uma jornada de amor que começou em um dos encontros mais inesperados.
Pasini, avesso à festas, foi ao evento acompanhado de familiares. “Ao chegar na festa, fizemos um grupinho com todos juntos, e a prima dela chamou ela para ficar junto com a gente, e foi ali que conheci ela”, relata. A conversa fluiu, e buscando um lugar mais tranquilo, o casal se afastou. “Ficamos, como se dizia, e então chegou uma hora da festa que ela disse que ia no banheiro e não voltou mais”, ele conta.
Mayara, com um perfil mais festeiro, também estava no festival com suas primas. “Eu, Mayara decidi ir para esse festival junto com minhas primas que moravam em São Valentim do Sul, ia dormir na casa de uma delas que morava do lado do salão, uma das minhas primas me apresentou a família do namorado dela e o primo dele Eduardo”, explica ela, destacando a diferença inicial: “Ao contrário do Eduardo eu saia bastante para festas/bailes e costumava beber”.
A chama acendeu com a percepção imediata um do outro. Para Pasini, foi amor à primeira vista, atraído pelo “jeito dela” e seu sorriso. Mayara, por sua vez, valorizou o carisma, o bom humor e a capacidade de diálogo dele, além de seu “sorriso lindo e cativante”.
A sorte interveio na véspera de Ano Novo, quando uma festa tradicional em Três Pinheiros, Dois Lajeados, se tornou o palco para o reencontro. “Nesse dia eu queria encontrar ela de qualquer maneira, então pedi para minha mãe me levar para a festa”, lembra Pasini. Mayara também compareceu: “Eu estava em uma janta, após decidimos ir no baile de Réveillon em Dois Lajeados. Num certo momento do baile nos encontramos, conversamos dentro do salão, dançamos até que decidimos sair para fora”. Eles passaram a noite conversando e trocando beijos. “Logo em frente ao salão tinha uma igreja, sentamos na escadaria e passamos a noite toda lá conversando e trocando beijos”, relata Mayara. Foi naquela madrugada que trocaram contatos, iniciando a comunicação diária.
Em 23 de janeiro de 2011, em um cenário pitoresco na cantina da família de Pasini, ele pediu Mayara em namoro. “Logo após fomos tomar um sorvete na praça de uma cidade vizinha”, relembra Mayara.
A conexão rapidamente se aprofundou. Mayara sentiu “uma conexão profunda, ele me respeitava, era carinhoso, senti uma compatibilidade de valores e objetivos de vida”. Pasini ecoa esses sentimentos, afirmando que Mayara “sempre me passou muita confiança, centrada naquilo que queria e muito íntegra em tudo”. Essa sintonia foi o pilar para construírem uma vida juntos, culminando no casamento e, mais tarde, no nascimento do filho Arthur P. Pasini, de sete meses.
Para Mayara, o nascimento do filho foi o momento mais marcante: “Ele é o fruto do nosso lindo amor, ele foi muito planejado e esperado. Um momento cheio de emoção, esperança e amor”, destaca. O casal conclui: “Ser pai e mãe é sem dúvida uma jornada cheia de emoção, desafios e muitas alegrias”.

De cliclistas à pais
A história de muitos casais começa de maneiras inusitadas, e para alguns, o esporte e a paixão em comum podem ser o ponto de partida. Aneli Scheeren e Bruno Bragagnollo é um casal, que ao contrário dos mencionados acima, um amor em comum os aproximou: ambos pedalavam. Aneli iniciante no esporte, e Bragagnollo já veterano. “Pedalavamos em lugares alternativos (dentro da cidade de Bento Gonçalves, até a vinícola Salton, Vale dos Vinhedos, Caminhos de Pedra, até em cidades vizinhas, Carlos Barbosa, Garibaldi, Farroupilha, Veranópolis), na grande maioria com os amigos”, destaca Aneli.
O encontro inicial foi marcado pela surpresa de Bruno com a desenvoltura da ciclista iniciante. Convidada por uma amiga, ela participava pela terceira vez de um pedal, usando uma bicicleta emprestada. A conversa entre eles foi breve, mas significativa: “No meio do percurso o Bruno me perguntou se eu já praticava o pedal há muito tempo e eu respondi que não, que era apenas o terceiro pedal que estava realizando. Ele ficou surpreso, pois eu estava bem confiante e pedalava bem por estar começando. E foram as únicas palavras que trocamos neste dia”, conta Aneli.
Após o pedal, a conexão entre eles se aprofundou. “O Bruno me perguntou pelo Instagram se eu tinha gostado do grupo e se gostaria de ser integrante. Teve troca de telefone na hora”, relata. Após conversar por 20 dias, o encontro aconteceu. No mesmo dia do primeiro encontro, aconteceu o pedido de namoro. “Mantínhamos contato com conversas sobre assuntos aleatórios, foi tudo muito rápido”, relata.
A compatibilidade de “valores, projetos e princípios” foi fundamental para o casal, que começou a viver junto em 2021, marcando o início de sua trajetória. Eles completam quanto anos e dois meses de união. “Desejamos continuar conhecendo novos lugares, principalmente ao meio à natureza”, destaca Aneli.
Com a chegada da maternidade e paternidade, o esporte que os uniu perdeu um pouco de sua intensidade. “Continuamos a realizar percursos aleatórios, mas atualmente em trajetos mais curtos, pois temos uma filha pequena. Simplesmente escutar o barulho da roda e da correia rodando na estrada e respirar o ar puro é muito renovador”, enfatiza Aneli. Ainda assim, a parceria permanece forte nas trilhas: “Continuamos a ter a parceria desde quando iniciamos nos pedais, tendo conversas variadas, paramos para um café no caminho, tiramos fotos, disputamos quem chega antes numa subida. Às vezes esquecemos que somos adultos e nos divertimos como crianças”, destaca.
A grande mudança veio com a filha Ayla, de um ano e dois meses. “A descoberta de que iríamos ser pais de uma princesa, como já era um sonho de ambos, marcou muito a nossa união”, compartilha o casal. Com a chegada de Ayla, a rotina foi alterada, um ciclo natural para eles. “Hoje priorizamos estar presentes ao máximo possível na vida dela, com as novas descobertas, os ensinamentos, nas brincadeiras. Ela é a nossa razão de vida”, concluem, evidenciando o amor incondicional pela filha.