Anualmente, o dia 21 de março é marcado pela celebração do Dia Internacional da Síndrome de Down. A data foi criada com o objetivo de conscientização sobre a luta e inclusão das pessoas com a síndrome. Bento Gonçalves faz parte dessa luta. Em 2007 foi fundada a Associação Integrada do Desenvolvimento do Down (AIDD) com a intenção de atender crianças e familiares para dar apoio, mas a demanda tornou-se tão grande que hoje eles também dispõem de atendimentos profissionais.
Para comemorar a data e arrecadar dinheiro por meio da venda de rifas e camisetas, no sábado, 16, a AIDD organizou na Praça Via Del Vino uma tarde de atividades. Das 14h às 17h, quem passou pelo local pode ver duas tendas montadas. Uma delas contava com erva mate, água quente, pipoca e algodão doce, sendo distribuídos gratuitamente. A outra tenda, contava com massagista e pintura facial. Além disso, o evento contou com dança de zumba, cama elástica e muita música.
Marineusa Kosvoski, mãe do João Vitor, 11 anos, acredita que os eventos em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down são importantes principalmente para divulgar a associação. “Tem muita gente que ainda não conhece e as crianças precisam do atendimento. Todo mundo sabe como é caro uma fonoaudióloga, uma psicopedagoga e a gente têm na associação esses profissionais maravilhosos. Queremos manter a associação sempre aberta para dar apoio às mães, às famílias, porque a luta não é fácil, começa desde cedo”, explica.
Como a associação se mantém
A AIDD atende no contraturno escolar cerca de 35 pessoas e também dá suporte aos pais. Para manter as portas abertas, dependem de recursos da prefeitura para pagar os profissionais que atendem no local. Os demais gastos são pagos com o dinheiro que arrecadam com a venda de tampinhas, rifas e de roupas de um brechó que fica dentro da própria associação, além de doações. “A gente paga aluguel da sede, gastamos dois mil por mês só de manutenção, também organizamos almoços, bingos, tudo para arrecadar dinheiro, a gente sobrevive assim”, relata a vice-presidente da Associação, Onivea Terezinha Sorango.
O local oferece fonoaudióloga, psicopedagoga, psicomotricista, assistente social, profissionais pagos pela prefeitura. As professoras de dança, ginastica e teatro, são pagos com dinheiro que a associação arrecada. “A gente só não dá atendimento quando a prefeitura falha com nós. Alguns pais até pagam para não perder o atendimento, porque a criança acaba retrocedendo. Às vezes a gente fica triste com o poder público por não ter os projetos mais em dia, pois estamos fazendo uma ação que é boa para o município, não só para os pais”, lamenta Onivea.
Falta de interesse familiar pode prejudicar quem tem Down
De acordo com Onivea, outra dificuldade que a associação percebe é a falta de interesse da família em procurar ajuda profissional para quem tem Down. “A gente se depara com tudo. Muitas vezes a família pensa que a criança que nasceu com a síndrome não tem solução, então a criança não se desenvolve. Às vezes a gente fica triste, pois têm crianças que a gente sabe que tem potencial e que poderia ir além, mas por culpa da família não acontece”, ressalta Onivea.
Dona Eliane Jussara Maurer, mãe da Kauane Maurer, 15 anos, que frequenta a AIDD há dois anos é a prova viva de que procurar assistência para quem nasceu com a Síndrome de Down faz toda diferença. “Depois que minha filha chegou na associação começou a ler e ela era bem retraída, agora conversa e a gente percebe que ela é bem mais feliz. Pra mim a AIDD é tudo”, conta Eliane.
Embora haja dificuldades, a assistente Social Cristiane Bortolini, que trabalha na AIDD há um ano, relata que a experiência tem sido maravilhosa. “Eu faço acompanhamento com eles nos grupos, nas oficinas e com as famílias, quando é necessário. Eles sempre ensinam algo pra gente, pode até parecer que eles não sabem, mas sabem muito.”, conta Cristiane.
Quem tiver interesse em ajudar financeiramente a AIDD pode fazer depósito bancário na conta da associação.
Banco Banrisul
Agência: 0130
Conta: 06.1762090-5