Em mais uma série de entrevista do Semanário, o agricultor e atual subprefeito de Faria Lemos, assume um novo papel político com foco em saúde, educação e infraestrutura no interior

Luis Carlos De Mari (PSDB), ou simplesmente Caco, como é conhecido, traz consigo uma história de vida pautada por dedicação, valores familiares e compromisso com a comunidade. Com 38 anos, pai do pequeno Pietro, ele reflete sobre sua trajetória e o que o motivou a ingressar na política municipal, sempre com os pés fincados em suas raízes no interior e na agricultura. “Minha formação é em turismo, sou bacharel na área, mas minha vida sempre esteve conectada ao trabalho no campo. Antes de ser subprefeito, era agricultor, e essa é a minha categoria, a qual sempre defenderei. Acredito que a educação é a base para o desenvolvimento humano e profissional, e tive a oportunidade de estudar, o que considero fundamental”, declara. Ele enfatiza a importância da família em sua formação pessoal: “É dela que vem nossa índole, caráter e princípios. A família é minha base forte”, pontua.

Uma carreira alicerçada no interior

Para ele, na política, ninguém faz nada sozinho. Saber trabalhar em grupo é essencial / Foto: William Camargo

Natural da Eulália Alta, Caco sempre se identificou com a vida no interior e a agricultura. Essa vivência o levou a assumir o cargo de subprefeito no distrito de Faria Lemos, uma experiência que ele considera decisiva para sua formação política. “A subprefeitura é como uma mini-prefeitura. Somos responsáveis por questões como a manutenção de estradas, atendimento aos produtores rurais e cuidados com praças e iluminação pública. Também prestamos suporte às escolas e damos apoio às comunidades em eventos e espaços de lazer”, explica.

O subprefeito destaca o desafio constante de estar próximo à população e atender suas demandas. “O contato direto e as cobranças são diárias. Além disso, temos um posto de saúde em Faria Lemos que oferece atendimento de qualidade, essencial para a população rural”, comenta.
Essa vivência, segundo ele, foi uma “escola” para o exercício de sua atuação política: “Aprendi a trabalhar em grupo e a lidar com dificuldades. A política é, acima de tudo, sobre ouvir e colaborar”, diz.

O caminho para a Câmara de Vereadores

A transição para a candidatura a vereador surgiu de um movimento natural. “Meu trabalho como subprefeito foi reconhecido pela população e pelos líderes políticos. Fui encorajado a me candidatar, e aceitei o desafio. Na minha primeira candidatura, fui o terceiro mais votado, com 2.170 votos, o que reflete o reconhecimento ao trabalho que realizamos”, conta. Ele acredita que a política municipal deve priorizar o diálogo e a união: “Na política, ninguém faz nada sozinho. Saber trabalhar em grupo é essencial.”

Projetos e propostas

Caco traz propostas que refletem sua conexão com o interior e seu compromisso com a comunidade. Entre elas, destacam-se a manutenção de estradas rurais, a implementação de educação financeira nas escolas e a ampliação de unidades básicas de saúde, com foco em saúde preventiva. Ele também propõe atendimento psicológico e odontológico em áreas rurais e a oferta de atendimento ginecológico no interior. “O meu compromisso é estar próximo da população, ouvir suas demandas e trabalhar com dedicação para atendê-las”, afirma. Ele também enfatiza a necessidade de melhorar a mobilidade urbana, concluir o Hospital do Trabalhador e recuperar danos causados por desastres naturais.

Visão para Bento Gonçalves

Caco vê Bento Gonçalves como uma cidade bem estruturada, com potencial para crescer ainda mais. “Temos um turismo autêntico, que valoriza a história da imigração, as pequenas propriedades e as vivências únicas. O turismo rural é uma forma de preservar a sucessão familiar e atrair visitantes, inclusive de outros países”, destaca.

Sobre a política, ele observa que Bento Gonçalves mantém um equilíbrio que favorece a colaboração entre as esferas municipal, estadual e federal. “A política aqui não é polarizada como no cenário nacional. Trabalhamos de forma integrada e com respeito mútuo, o que é essencial para o progresso”, diz.

Caco também reflete sobre o desgaste da imagem dos políticos. “Muitos generalizam, colocando todos no mesmo pacote. Porém, as pessoas têm olhado mais para a pessoa do que para o partido. Escolhi trabalhar com dedicação, ouvir a população e atender as demandas. Esse rótulo de que ‘todo político é ladrão’ está perdendo força”, avalia.

Educação e capacitação

Outro ponto central para Caco é a educação. “Precisamos ampliar as vagas, valorizar professores e monitores, e investir na capacitação de profissionais. A educação é a base de tudo”, afirma. Ele também reconhece o desafio da falta de mão de obra qualificada na cidade: “Há muitas vagas disponíveis, mas pouca procura. Precisamos entender as razões disso e oferecer capacitação”, comenta.

Escolha partidária e valores

Caco optou pelo PSDB, partido no qual encontrou afinidade com seus princípios. “Aceitei o convite para ser subprefeito e me identifiquei com as diretrizes do partido, que preza pelo equilíbrio e proximidade com a população. Evitar extremos é essencial, pois toda política extremista é ruim”, conclui.

Com uma visão clara e pautada pela proximidade com a população, Caco inicia sua caminhada como vereador com propostas que visam atender às demandas locais, fortalecer a infraestrutura e valorizar o potencial de Bento Gonçalves. Sua trajetória, marcada pelo trabalho no interior e o aprendizado na subprefeitura, promete trazer uma abordagem prática e equilibrada para a política municipal.