Atualmente existe, no Brasil, uma crescente valorização e entendimento do referencial do passado e da importância da preservação do patrimônio cultural. Nisso está inserido a herança arquitetônica, que fornece uma série de informações sobre as origens de um povo e sobre sua formação cultural. Mas, apesar da importância dessa valorização, é perceptível a perda de alguns exemplares arquitetônicos e o estado deplorável de outros, o que leva a uma série de questionamentos relacionados à sua preservação. É o caso da Casa Franzoloso, que há mais de 20 anos, segundo últimos registros do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (COMPAHC), está fechada.
Localizada no bairro Borgo, que há 150 anos ainda era um subúrbio, a Casa Franzoloso, foi a residência dos primeiros moradores do município. Os imigrantes italianos, quando vieram para o Brasil precisaram modificar alguns estilos arquitetônicos, para adaptarem suas moradias às suas necessidades. Com muitos filhos, a residência não servia apenas como morada era também um local de armazenamento de alimentos.
Sem registros oficias de quem são os proprietários da residência, a casa está abandonada desde quando foi pedido seu inventário em 1996. “A avaliação em Bento Gonçalves, foi realizado nos anos noventa, e inclui os mais diversos bens edificados reconhecidos na época, incluindo construções da imigração italiana, entre eles casas, comércios e indústrias. Muitos dos bens inventariados tem potencial para tombamento, por sua originalidade e excepcionalidade. Dependendo do nível de preservação e de valoração do imóvel, têm-se maior flexibilidade sobre o que pode ser preservado ou alterado”, comenta Cristiane Bertoco, presidente do COMPAHC.
A Casa Franzoloso, por mais que já tenha sido inventariada e seja um patrimônio cultural do município é de responsabilidade dos proprietários. Atualmente, depredada, sem telhado, pichada e deteriorada, é um pouco da história da imigração que é deixada de lado. O último documento registrado pela Prefeitura mostra que o construtor chamava-se José Franzoloso, era imigrante e foi erguida há aproximadamente 140 anos. “O que posso afirmar até o momento é que a Casa Franzoloso teria potencial de tombamento, dado o seu valor histórico. Houve na época (anos 90) um boletim de ocorrência, mas não tenho conhecimento de como ficou”, finaliza Cristiane.
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