Na 80ª Ordinária da 2ª Sessão Legislativa da 18ª Legislatura, a presidente do Conselho Municipal do Idoso (COMUI), Maria das Graças Lorenzini esteve na tribuna falando sobre o trabalho realizado em Bento Gonçalves com o público da 3ª idade, além de pontuar fatores importantes para o futuro dessa faixa etária.
Conforme Maria, em no máximo 20 anos, a população bento-gonçalvense será composta de 40% de idosos e em 2050, serão mais de 80 milhões de pessoas com mais de 60 anos no país. “O que a política pública está fazendo? Nada. A própria constituição no seu artigo 230 diz: a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”, sublinhou.
A presidente do COMUI também destacou que as pessoas costumam agregar a imagem do idoso à de alguém doente, que não sabe o que faz, e até mesmo com Alzheimer. “Sou uma pessoa idosa, tenho 73 anos. Quanto mais posso fazer, faço. Assim como eu, tem muitos. Precisamos de uma política para o doente e uma para o são”, mencionou.
Segundo ela, falta um fluxo para proporcionar mais proteção à 3ª idade, e por isso pediu o apoio do Legislativo. “Não temos delegacia do idoso aqui. Precisamos de uma para receber essas denúncias e saber o que fazer. Também necessitamos ter outras atividades culturais e trabalho para idoso”, explanou.
Vereador Petroli
“A voz exibida na Audiência deve estar presente nas decisões desta Casa Legislativa”
Na tribuna, o vereador Agostinho Petroli (MDB) se manifestou com relação à Audiência Pública que ocorreu na última quinta-feira, 8 de setembro, no Vale dos Vinhedos. “Quando se libera um loteamento ou algum empreendimento no interior, os agricultores são os esquecidos, aqueles que querem continuar sendo produtores rurais, cultivando o que dá reconhecimento nacional para a nossa terra. Basta de expansão de área urbana na área rural. Isso parece estar mais para algum interesse do que exigências do próprio desenvolvimento”, enfatizou.
Conforme Petroli, a reunião mostrou o que os moradores do Vale desejam. “Os munícipes querem participar de todo o processo, ser ouvidos. Sim, somos os representantes desse povo, eleitos em 2020, e sabemos que o poder está em nossas mãos, mas nunca, jamais, devemos deixar de ouvir e refletir sobre o que pensa a nossa sociedade. O poder de um estado democrático é do povo, a voz exibida na Audiência deve estar presente nas decisões desta Casa Legislativa”, ressaltou.
Vereador Zanella
“Ninguém falou sobre as emendas e o Plano Diretor, só falaram sobre interesses próprios”
O parlamentar Anderson Zanella (PP), que pediu licença de 31 dias a partir de hoje, 14, para resolver assuntos pessoais, falou também sobre a Audiência e concordou que o povo deve ser escutado, mas apenas a boa voz. “Não as agressões a esta Casa, aos vereadores, das pessoas que lá estavam interessadas no processo. De 18 manifestações, um terço não era do Vale dos Vinhedos, o outro era de conselheiros que estão sendo regrados, natural a manifestação contrária. O que não é natural é a forma agressiva, desrespeitosa, inclusive de ex-conselheiros, de presidentes de associações de moradores, colocando a mão na frente do rosto e vaiando, coagindo as pessoas que manifestavam de opinião diferentes”, relatou.
Além disso, o vereador também falou que nove pessoas que se inscreveram para se manifestar desistiram, conforme aumentavam as vaias. “Nós encaminharemos ao Ministério Público as que não foram ouvidas e o porquê, como enviaremos a gravação, se necessário, à justiça. Ninguém falou sobre as emendas e o Plano Diretor, só falaram sobre interesses próprios”, assegurou.
O presidente da Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento e Bem-Estar Social expôs o motivo do cancelamento de duas Audiências que estavam programadas para esta semana. “Esta Casa não ia conseguir fazer com que tivéssemos paz, ordem, precisamos ter o respeito. Pode ter certeza de que o PLC (Projeto de Lei Complementar) não vai sair da pauta, amanhã a comissão vai encaminhar a sequência do seu rito. A próxima audiência vai ter ordem, respeito e liberdade de expressão das pessoas que desejam se manifestar”, destacou.
Vereador Da Rold
“Os governos fizeram com que a educação estadual parasse no tempo”
O pronunciamento do vereador Davi Da Rold (PP) fez referência ao documento enviado pela Promotoria Regional de Educação de Caxias do Sul, que recomendou o fechamento do ensino médio na Escola Municipal Alfredo Aveline. “A questão é que, há 20 anos, a educação no Rio Grande do Sul, por descaso, tem falta de investimento, retrocesso no desenvolvimento pedagógico, falta de condições dentro das salas de aula, por mais que os professores deem o seu melhor. Os governos fizeram com que a educação estadual parasse no tempo, seja na infraestrutura ou nos planos de carreira dos educadores. Vimos algumas pesquisas que diziam que um aluno do ensino médio, hoje, tem o desenvolvimento psicológico e pedagógico de um aluno de 7º ano do fundamental. Daqui uns dias vão estar saindo da escola e entrando no mercado de trabalho, nas faculdades, com preparo de uma criança de 13 anos”, enfatizou.
De acordo com Da Rold, por conta desses descasos que o município passou a investir no segundo grau. “Um dos melhores quadros do ensino médio que temos na cidade. Mérito sim de todo o corpo diretivo, professores, mas também da visão de necessidade de investimento na educação de Bento Gonçalves”, evidenciou.
Presidente Pasqualotto
“Encaminharemos ao MP e lá, a promotora vai analisar todos os pronunciamentos”
A respeito da Audiência, o presidente da Casa Legislativa, Rafael Pasqualotto (PP) afirmou que foi valiosa e importante. “Saio satisfeito. Só ratifica aquilo que venho falando há mais de três anos aqui, o exacerbado poder deliberativo de algumas pessoas que querem conduzir outras. Por isso solicito que as atas sejam gravadas, que as reuniões sejam documentadas, que ali tenha o nome do proponente e dos presentes, o que falaram, o que propuseram, o que coagiram, quem gritou ou não, e isso ficou registrado. Já solicitamos à parte jurídica desta Casa, encaminharemos ao MP e lá, a promotora, de uma forma sóbria, vai analisar todos os pronunciamentos”, mencionou.
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