Evento idealizado pelo ex-jogador, e dirigente do Inter, Andrés D’alessandro, foi realizado no final da tarde de sábado

Imagens e reportagem: Augusto Arcari

No sábado, 14, a cidade de Caxias do Sul foi palco de um dos maiores eventos esportivos do Rio Grande do Sul, o Lance de Craque, que teve o seu retorno após cinco anos. Criado por Andrés D’alessandro, o jogo ocorreu pela primeira vez em 2014, e graças ao sucesso, passou a ser realizado anualmente, até 2019. A partir de 2020, o período pós-pandemia dificultou a realização.

Em 2024, a partida voltou repleta de novidades, a principal delas, foi a mudança de palco. Tradicionalmente realizado no Beira Rio, o evento, neste ano, ocorreu em um local diferente, o Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, junto de uma parceria com o Juventude, e com o meio-campista Nenê, que também foi um dos embaixadores do jogo beneficente.

Antes da bola rolar, Andrés D’alessandro comentou como surgiu a ideia de trazer o jogo para a Serra Gaúcha, além da importância deste retorno. “Surgiu no ano passado, passamos cinco anos sem conseguir realizar o Lance de Craque, e agora, estamos aqui. É crucial levar o evento para o interior, atingindo um público maior. Agradeço ao Juventude, aos patrocinadores e as personalidades aqui presentes, por possibilitarem tudo isso”, diz.

O goleiro Marcelo Pitol e o centroavante Washington, também comentaram a importância da realização do evento na Serra gaúcha. Confira:

Pitol:

Washington:

Ainda no pré-jogo, diversas homenagens foram prestadas ao Rio Grande do Sul e ao povo gaúcho, com a presença de Cristiano Quevedo e Luiza Barbosa, que cantaram o hino do estado, enquanto D’alessandro e Nenê entraram em campo carregando a bandeira rio-grandense.

A tarde de sábado, também ficou marcada pela forte chuva que atingiu Caxias do Sul, e consequentemente, atrasou o início da partida, marcada para às 17h. Somente por volta das 17h20min, a bola finalmente rolou.

NA IMAGEM: Em pé (esquerda para a direita): Teteu Severo, Boleiro, Lucaneta, Figueroa, Sandro Sotilli, Bolívar, Baidek; Rodrigo Dahmer (bandeira), Rafael Klein (árbitro), Maíra Mastella (assistente); Marcelo Pitol, Wilson Matias e Danilo Boza. AGACHADOS: Chiquinho, William, Elyeser, Adailton, Gonzalo D’alessandro, Andrés D’alessandro, Nenê, Sérgio Bertolucci, Pedro Rocha, Iarley e Xandy11

Com cerca de um minuto e meio de jogo, saiu o primeiro gol. Em jogada construída por D’alessandro e Adailton Bolzan, a bola sobrou para o ex-centroavante Washington, o “Coração Valente”, que balançou as redes pela primeira vez na partida. 1 a 0 para o Time D’alessandro (amarelo). Logo em seguida, após um vacilo da zaga, Nenê, um dos anfitriões, chutou colocado e empatou a partida. 1 a 1.

Aos nove, Adailton, de forma certeira, cruzou para Sandro Sotilli, que desviou de cabeça, sem chances para o goleiro Marcelo Pitol. 2 a 1. Equipe de D’ale novamente em vantagem. Aos 12, Washington anotou mais um, ampliando a vantagem. 3 a 1.

Ainda aos 12 minutos, uma homenagem emocionante marcou a partida. No exato minuto, e na mesma data em que marcou o “gol iluminado”, contra o Cruzeiro, este que deu o título brasileiro de 1975 para o Inter, o ex-zagueiro Don Elias Figueroa, com 78 anos, foi substituído, e homenageado por D’alessandro. O ex-defensor chileno agradeceu ao torcedor. “Muito obrigado por tudo, o Rio Grande do Sul é minha casa e eu nunca vou esquecer disso”, conta.

D’ale homenageia Figueroa, maior jogador chileno de todos os tempos; três vezes Rei da América, bi-campeão brasileiro; duas vezes eleito o melhor zagueiro do mundo pela FIFA; e selecionado como o melhor zagueiro da Copa do Mundo de 1974

Figueroa, 50 anos depois

Com o jogo retomado, não demorou para a rede balançar novamente. Aos 17, Elyeser chutou colocado da entrada da área, sem chances para Pitol. 4 a 1 para a Equipe D’alessandro. Aos 19, Pedro Rocha diminuiu a desvantagem para a Equipe Nenê, 4 a 2.

E aos 19, finalmente saiu o primeiro gol do organizador do evento. D’alessandro ajeitou a bola, puxou para a perna canhota, e bateu colocado, marcando um belo gol, demonstrando que, mesmo depois da aposentadoria, ainda tem muita habilidade. 5 a 2.

Na primeira etapa, ainda saíram mais três gols; Para a Equipe Amarela, aos 34, D’alessandro marcou de falta; e para o Time Verde; Iarley, e o próprio Nenê, de pênalti, também guardaram. Placar final após o primeiro tempo: Equipe Amarela (D’ale) 6×4 Equipe Verde (Nenê).

Adailton e Daniel Carvalho (ao fundo Sandro Sotilli e Sorriso)

Márcio Hahn, meia com diversas passagens pelo futebol gaúcho, que encerrou a carreira aqui em Bento, jogando pelo Esportivo, em 2017

No segundo tempo, algumas novidades marcaram a partida, como as entradas de Rafael Sóbis e Chiquinho na Equipe Amarela. E foi o ex-meia do Inter que anotou o primeiro gol na segunda etapa, aos dois minutos, quando recebeu um “presente” de Antônio Carlos Zago, e só teve o trabalho de finalizar. 7 a 4.

Aos sete e aos 12, Iarley, duas vezes, diminuiu a vantagem para a Equipe Verde. 7 a 6. Aos 17, em um cabeceio “diferenciado”, Rafael Sóbis anotou seu primeiro gol na partida. 8 a 6 para os amigos do D’ale.

Aos 29, o influenciador ‘O Boleiro’ deixou a sua marca na partida, ampliando ainda mais a vantagem do Time Amarelo. 9 a 6. Aos 32, Nenê anotou mais um. 9 a 7.

Rafael Sóbis e Antônio Carlos Zago

Aos 27 minutos, mais um momento emocionante. Gonzalo D’alessandro, de nove anos, filho mais novo de Andrés D’alessandro, entrou em campo. Aos 34, Gonzalo recebeu um passe do pai e finalizou, sem chances para o goleiro Isoton. 10 a 7 para o Time Amarelo.

Filho de D’alessandro entra em campo

O garoto anotou um gol na partida

Nos minutos finais, ainda deu tempo para mais gols. Para a Equipe Amarela, Chiquinho, aos 37, marcou um golaço encobrindo o goleiro. Já pelo lado verde, aos 38, Vitor Júnior cruzou para Xandy11, que anotou um lindo gol de voleio. Por fim, aos 41, o anfitrião Nenê, fez o último gol do jogo.

Fim de jogo: Time Amarelo (D’ale) 11×9 Time Verde (Nenê)

No pós-jogo, um momento de união entre jogadores, torcedores e imprensa. Com a partida finalizada com o sentimento de gratidão e dever cumprido.

Sete instituições foram escolhidas para receber os donativos do evento: Instituto do Câncer Infantil (em parceria com Hospital Geral de Caxias); Sincovat Vale do Taquari; Abraçaí; Instituto Combustível da Vida; Associação Mão Amiga; Associação Anjos Unidos; e Centro Cultural Espírita Jardelino Ramos. 

Em um dos momentos de união após o jogo, Lisca, que trabalhou na base do Inter no começo dos anos 2000, reencontra alguns jogadores os quais ele ajudou na formação, como Daniel Carvalho, Vitor Júnior, Ramon Motta e Chiquinho

Ficha técnica:

Time D’Ale 11×9 Time Nenê

Time D’Ale

Hiran; William, Bolívar, Figueroa e Ramon Motta; Elyeser, D’Alessandro e Ruben Paz; Sandro Sotilli, Adailton e Washington. Entraram: Dida, Anderson Polga, Baidek, Chiquinho, Rafa Levis, Horacio Peralta, Lucaneta, Boleiro, Teteu Severo, Pedro Henrique, Rafael Sobis e Gonzalo D’Alessandro. Técnicos: Abel Braga e Clemer.

Time Nenê

Marcelo Pitol, Paulo Roberto, Sorriso, Danilo Boza e Alan Ruschel; Wilson Matias, Recoba, Nenê e Daniel Carvalho; Pedro Rocha e Iarley. Entraram: Isoton, Antônio Carlos Zago, Vinícius, Labarthe, Márcio Hahn, Lauro, Vitor Jr, Xandy 11, Sergio Bertoluci, Guta Franke e Bah Matteus. Técnicos: Celso Roth e Lisca.

  • Arbitragem: Rafael Klein, Rodrigo Dahmer e Maíra Mastella.
  • Gols (em ordem): Washington, Nenê, Sotilli, Washington, Elyeser, Pedro Rocha, D’Alessandro, Iarley, D’Alessandro, Nenê, Chiquinho, Iarley, Iarley, Sobis, Boleiro, Nenê, Gonzalo D’Alessandro, Chiquinho, Xandy11 e Nenê.
  • Público: 5.055 

Abel Braga e Lisca estiveram na casamata

Alguns nomes que inicialmente haviam sido confirmados no evento, não puderam comparecer. Entre eles: Douglas Ninja, Gamarra, Bruno Fuchs, Douglas, Tinga; e o treinador Argel Fuchs. Porém, novos nomes surgiram no jogo, como Washington, Pedro Rocha, Teteu Severo, Danilo Boza, Clemer, etc.

Permanência encaminhada

No pós-jogo, o meia Nenê, sinalizou que irá renovar o seu contrato, e permanecer no Juventude para 2025, indo para a sua terceira temporada no Jaconi. Aos 43 anos, o jogador dará continuidade a sua carreira, iniciada em 2000.