Em Bento Gonçalves, em nove anos, casos de hepatites B e C aumentaram 60% e 27,5%, respectivamente
No mês julho acontece em todo o país a campanha “Julho Amarelo”: dedicado ao combate de hepatites virais e câncer ósseo. Isso não significa que a prevenção à doença deva ser menor nos demais meses do ano, muito pelo contrário, a cada dia se deve aumentar a atenção.
Tumores ósseos são condições raras. Algumas estimativas demonstram, por exemplo, que eles representam apenas 0,2% de todos os cânceres. Ainda assim, devido à complexidade das variações em que pode se apresentar, a doença impõe desafios especiais aos médicos ortopedistas.
Os tumores acometem crianças, adolescentes e adultos e têm alta taxa de mortalidade. Eles podem atingir qualquer osso do corpo, mas são mais comuns em ossos como os dos braços, pernas, coluna e bacia.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) não dispõe de estimativas para os tumores ósseos. Em Bento Gonçalves, o diretor do Instituto do Câncer (IC) do Hospital Tacchini, Fernando Obst, explica que “os considerados primários são bastante raros, não apenas na região, mas em todo mundo. Em média, apenas 1% do total de diagnósticos de câncer. Já os secundários estão associados a outros tipos de tumor, esses muito mais comuns. Os que apresentam maior probabilidade de se espalhar para os ossos são os tumores primário da mama, pulmão, próstata, rim e melanoma”, esclarece.
Ainda não existe um método de detecção precoce de tumores primários dos ossos. “Essa condição, somada à dificuldade de identificar os sintomas, faz com que, em geral, os tumores ósseos sejam diagnosticados em estágio avançado”, destaca Obst. Ainda de acordo com ele, o sintoma mais característico do câncer nos ossos é a dor, sendo profunda, intensa e com um caráter contínuo.
Essa condição, somada à dificuldade de identificar os sintomas, faz com que, em geral, os tumores ósseos sejam diagnosticados em estágio avançado. Fernando Obst, diretor do IC
Hepatite cresce em média 45%, em Bento
A hepatite é uma grave inflamação do fígado e acomete um número cada vez maior de brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde, 36.226 estão em tratamento contra o vírus da hepatite B e 10.582 tratadas da hepatite C. Só em 2017, o Brasil registrou 40.198 novos casos de hepatites virais. Dados da Organização Mundial de Saúde revelam que já ocorreram 1,7 milhão de mortes no mundo provocadas por complicações dos diferentes tipos da doença.
Em Bento Gonçalves, de acordo com a coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), Adriana Cirolini, a Hepatite B é endêmica, tendo maior incidência que as outras hepatites. “Reforçamos a importância da prevenção com vacinação, que está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Outra forma de prevenção é pelos testes rápidos, também disponíveis nas UBS”, destaca.
Em 2018, os dados do SAE/CTA apontam que 17 testes rápidos reagiram positivo para o tipo B e 24 para o tipo C. Já em 2019, o número saltou para 28 (B) e 30 (C). “Em relação ao diagnóstico pelos testes rápidos, há uma manutenção (casos novos) nestes últimos anos. A transmissão pode estar relacionada ao descaso no uso da camisinha, pois é sexualmente transmissível, assim como no compartilhamento de materiais em relação a drogas inalatórias. No caso da hepatite C, a transmissão acontece principalmente por compartilhamento de material com sangue (uso de drogas, instrumentos com sangue higienizados inadequadamente)”, esclarece Adriana. De acordo com o setor de Vigilância Epidemiológica, os casos de hepatites B dos últimos nove anos, cresceram de 34 (2010) para 54 (2019) e do tipo C de 40 para 51 registros, correspondendo a um aumento de 58,8% e 27,5%, respectivamente.
Por estarem inseridas no calendário de rotina da criança, o maior número de hepatites A e B, principalmente, são diagnosticados em adultos não vacinados e que não utilizam as medidas de proteção durante o ato sexual. Além disso, os testes para os tipos B e C fazem parte do pré-natal da gestante e do parceiro. “Em caso de resultado positivo, temos o SAE/CTA que acompanha estes pacientes verificando a necessidade do tratamento”, ressalta a Coordenadora.
Testes rápidos
Normalmente, os testes são oferecidos a todo o usuário que procura os serviços, por livre demanda ou conforme a rotina. “Devido à pandemia, houve diminuição destes atendimentos nos últimos meses, porém, reforçamos que os serviços estão de portas abertas para atendimento e oferta dos testes rápidos. Os resultados são entregues em cerca de 20 minutos, são sigilosos e gratuitos”, reitera Adriana.
Ações de combate
As ações em Unidades Básicas de Saúde (UBS) são contínuas. Contudo, excepcionalmente, em virtude do momento em que estamos passando, não haverá campanha com Unidade Móvel.
As hepatites virais (especialmente A, B e C) podem ser transmitidas pela água e alimentos contaminados, de uma pessoa para outra por via sexual, por meio de fluidos corporais (compartilhar o mesmo barbeador, manicure, usuários de drogas, etc.) e verticalmente, ou seja, da mãe para o filho, por isso a contaminação é bastante comum e a disseminação muito fácil e rápida.
Sintomas
Hepatites:
A doença nem sempre apresenta sintomas, mas quando estes aparecem podem ser percebidos: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras, podendo evoluir para o amarelão (icterícia) e a cirrose.
Câncer:
Dor nos ossos, inchaço e sensibilidade perto da área afetada, ossos quebradiços, fadiga, perda de peso não intencional e febre.
Fotos: Divulgação