Moradora por cinco anos no município, Julia Nomura retornou para São Paulo, mas nunca esqueceu do carinho que sente pela Capital Nacional do Vinho e por isso, usa da caneta e do papel para relembrar

Julia Nomura de onze anos e é filha de Priscila Nagy e Marcelo Nomura. Além de escrever, dedica-se à música, estudando música e piano erudito na Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim. Além disso, está aprendendo inglês e alemão, e, nos esportes, desenvolve a patinação artística. Aos quatro anos, veio morar em Bento Gonçalves por conta dos pais, Priscila Nagy e Marcelo Nomura, e o lugar tomou seu coração. Foi na cidade que participou dos Canarinhos, fez grandes amizades, se divertiu e, na hora de partir, foi difícil. Por isso, Julia utilizou uma das ferramentas mais potentes para lidar com os sentimentos: a poesia. Assim surgiu ‘As Rimas de Julia: Segunda Infância’, onde a jovem escritora reúne um compilado de poesias de momentos que atravessaram sua vida e, principalmente, a marcaram. Bento foi cenário de muitas das poesias descritas ali, já que a cidade inspirou a menina.

A jovem escritora

Apesar de ainda tão menina, Julia sempre gostou da escrita para compartilhar o que sentia sobre os acontecimentos de sua vida. Esse material foi crescendo tanto que facilmente poderia se tornar algo maior. “Desde criança sempre escrevia poesias para momentos especiais e um dia minha mãe me falou: ‘Com isso tudo de poesia você conseguiria escrever um livro.’ Me encantei com a ideia e levei a sério”, explica.

Acabou não sendo fácil reunir todo esse material para a criação do livro, visto que havia poemas por toda parte. “O mais difícil foi recolher todas as poesias, pois, como elas se tornaram presentes, tinha que entrar em contato com as pessoas e era chato fazer isso. Minha mãe ficava me cobrando: ‘Onde está aquela folha?’ Tinha que procurar nas caixas e cadernos, foi bem exaustivo, e nem sequer encontrei todas”, conta.

Julia Nomura escreveu o primeiro livro de poesia aos 11 anos


A criação do livro foi uma mistura de nervosismo, orgulho e felicidade. Julia pôde se sentir como as escritoras que admirava e lia com frequência. “Sempre pensei que só pessoas muito importantes poderiam escrever um livro, e quando minha mãe falou que, com as minhas poesias, poderia escrever também, fiquei muito animada. Demorou, mas valeu a pena, porque, quando toquei no meu livro e vi meu nome na capa, foi uma surpresa, um orgulho e um medo também. Lembrei da Ruth Rocha porque amo os livros dela, e sempre tive o hábito de ler o título, o nome do escritor, a editora, a edição. Não escrevi por ordem de tema, mas sobre o que acontecia no momento: família, amigos, animais de estimação, cotidiano. Tudo praticamente não tem algo exato, mas era tudo o que estava vivendo ou sentindo.

Para o futuro, Julia ainda não sabe exatamente o que quer fazer, mas as possibilidades são muitas. “Não sei, já pensei em fazer bolo, ter um restaurante, tocar piano, ser professora de piano. Nunca imaginei ser escritora, mas gostei de escrever crônicas, conclui.