A festa que ocorre anualmente em honra a Nossa Senhora da Saúde e a Santa Lúcia, ocorreu no último sábado no salão da comunidade Santo Antônio, onde reuniram-se pessoas da linha e da cidade

No último sábado,16, na Linha Alcântara, ocorreu a tradicional missa e festa em honra a Nossa Senhora da Saúde e a Santa Lúcia. O jantar reuniu 970 pessoas, sendo eles moradores ou não da localidade. Os cinco casais de festeiros eram: Marcelo Zmijevski e Camila Maria Dalla Valle Lazarini; Cassiano Candido e Rosilei Dalpozzo; Jussiê Flamia Cristofoli e Francieli Storti; Rudimar Faccin e Belonisse Faccin e Zenaldo Dal Sant e Cristiane Fedrigo Dal Sant.

A festa que aconteceu dois meses após as tragédias da linha, teve ajuda de toda a comunidade para ser realizada. Cassiano Candido, um dos festeiros, relatou como ocorreu a organização do evento. “Essa festa começa a ser pensada no começo do ano, a diretoria escolhe os festeiros e passamos a trabalhar com a comemoração. Em março, já se inicia as escolhas do cardápio e da banda. E nos últimos dois meses é busca de patrocínio, questão de valores, fazer os ingressos e a venda deles”, enumerou.

Para Candido, a noite foi um momento muito especial e de orgulho. “É a minha segunda vez sendo festeiro desta festa, e para mim é uma honra encabeçar este evento, um motivo de orgulho para mim e para a maioria da comunidade. Essa noite é a realização do planejamento de um ano todo, quando ainda imaginávamos como iriamos fazer e melhorar, é o momento de pôr em prática”, declarou.

Os cinco casais de festeiros são: Marcelo Zmijevski e Camila Maria Dalla Valle Lazarini; Cassiano Candido e Rosilei Dalpozzo; Jussiê Flamia Cristofoli e Francieli Storti; Rudimar Faccin e Belonisse Faccin e Zenaldo Dal Sant e Cristiane Fedrigo Dal Sant


Além dos festeiros, todos da comunidade participam e ajudam a celebração. “Faço um pouco de tudo na festa, colaboramos de todo jeito, hoje por exemplo sou porteiro. Participo há 48 anos nas festas da comunidade, para mim significa a união e a participação dos moradores da linha. Nos sentimos satisfeitos em poder trabalhar e colaborar com ela”, aponta Luís Gallon, de 71 anos.

Ele relembra os momentos difíceis que a linha passou e ver o local cheio, e com muitas pessoas ajudando lhe traz esperança. “Passamos por uma tragédia muito ruim, onde tiveram famílias que perderam tudo e outras que foram prejudicadas pela chuva de pedra e pela enchente. É muito bom isso aqui, trazer um pouco de felicidade depois de tudo e ajudar a desestressar as pessoas”, ressaltou.

O trabalho é cansativo, mas ele reúne pessoas de diversas idades, como é o caso de Mayara Gallon e Thalia Tomazi, ambas de 19 anos. Elas relatam que desde os dez anos já fazem parte desses momentos. “É bem corrido e trabalhoso, faz nove anos que faço parte, desde pequena sempre ajudamos na comunidade e na igreja. Essa é a nossa maior festa, aquela que esperamos o ano todo para ter”, explicou Mayara.

Mayara Gallon e Thalia Tomazi ajudam na comunidade desde os 9 anos.

Thalia conta do porquê este ano ser mais especial do que os outros, já que é um momento de confraternização após os desastres. “Acredito que depois de tudo o que a nossa comunidade passou nos últimos dois meses, podermos estar aqui juntos trabalhando, vivos e bem é muito bom. Apesar de tudo, todo mundo se dispôs a ajudar, nós somos uma comunidade muito unida”, exaltou.

Ediana Cimadon é professora e moradora de Bento, mas nascida na Linha Alcântara, sempre participa das festas que, para ela, tem um significado especial. “É uma recordação muito importante, relembrar as memórias, fui criada aqui na comunidade. Então é bem valoroso para a gente manter essa cultura e essas vivencias. E conservar essas comunidades que são tão importantes para a nossa região”, enalteceu e complementou que “a Linha Alcântara para mim representa a família, esta questão de comunidade é algo muito valoroso para nós. Então é estar junto, é vivencia e é estar presente”, conclui.

Para o cardápio da festa, foi servido churrasco, saladas e massa, tudo isso feito a muitas mãos, como a de Leunice Faccin. “Em primeiro lugar fazemos uma reunião, depois uma lista do que precisa, e depois na quarta-feira temos mais uma reunião para saber a quantidade de pessoas. Começamos com a função de preparo na sexta de noite. Cortamos tudo que precisa, e sábado cedo iniciamos para fazer os molhos”, explicou e salientou que para a noite, foram feitos 100kg de massa.