Limite de passageiros das linhas regulares e de fretamento e turismo varia conforme bandeira de cada região do estado
Desde que iniciou a pandemia, as linhas regulares e de fretamento e turismo do transporte intermunicipal do Rio Grande do Sul estão operando com ajustes nos itinerários e também no limite de passageiros. Segundo o decreto estadual 55.240 e suas alterações, que institui o Sistema de Distanciamento Controlado, transportes de passageiros “são atividades públicas e privadas essenciais aquelas indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”, observando as normas específicas.
A capacidade varia conforme o risco de contágio por coronavírus de cada região de embarque ou destino e o número de ocupantes dos ônibus ou micro-ônibus é definido pela cor da bandeira de cada região. Assim, a lotação máxima pode chegar a 100% do total de assentos em veículos que saem ou chegam a locais de bandeira amarela e laranja, e 50% para bandeira vermelha e preta.
De acordo com a Assessoria de Comunicação do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), as ações de fiscalizações são realizadas periodicamente. “Desde maio, ocorreram 21 operações. Foram fiscalizados 281 veículos, entre linhas regulares e fretamento e turismo. Ao todo, foram emitidas 83 notificações e apenas duas delas foram referentes ao descumprimento da capacidade dos veículos, sendo que nenhuma ocorrência foi na região da Serra”, informou por meio de nota.
Números acima do permitido
Embora o Daer estabeleça regras, descumprimentos foram mencionados por passageiros que costumam usufruir o transporte rotineiramente. A fisioterapeuta Lilian Brandelli, mora em Caxias do Sul, trabalha em Bento e utiliza o ônibus em dois diferentes horários, três vezes na semana. Ela conta que o fluxo depende do horário. “No ônibus das 15h30 é mais leve, tem menos gente, porém o das 7h30 é quase sempre lotado, muitas vezes com pessoas em pé. Estávamos quase sempre irregulares. Nesta semana, colocaram um ônibus extra, mas ficamos uns 15 dias sem. Minha sugestão é colocar um ônibus na rota Caxias – Bento, nem que entre em Farroupilha para pegar quem precisa ir pra Bento, mas não para subir quem desceria em Farroupilha, e um outro Caxias – Farroupilha, assim eles ficariam dentro das normas da bandeira vermelha”, propõe Lilian.
A microempreendedora Ivani Fátima Ribeiro pega o transporte Bento – Garibaldi – Carlos Barbosa, três vezes na semana. Comenta que a demanda diminuiu após a pandemia. O marmorista Airton Vilela, vai até a Linha Alcântara, e nota que os motoristas orientam quanto ao uso de máscaras e álcool em gel. A técnica de enfermagem Daniela Romanini e a nutricionista Luana Zamin relatam que o coletivo até Veranópolis e Santa Tereza, respectivamente, seguem as normas de lotação estabelecidas.
O que diz a rodoviária
Conforme o gerente da Rodoviária de Bento Gonçalves, Luis Beltrani, a demanda caiu em 80%, com horários reduzidos. “Vendemos apenas poltronas na janela. Somente duas empresas interestaduais estão operando e com dois horários por semana”, afirma. Ainda segundo Beltrani, os itinerários mais utilizados são Bento – Caxias do Sul e Bento – Garibaldi – Carlos Barbosa.
Ações da Prefeitura
Em março, a prefeitura iniciou as medidas de vigilância sanitária junto à Estação Rodoviária. Todos os passageiros que chegavam em Bento Gonçalves via transporte coletivo interurbano, foram submetidos a testes rápidos de medição da temperatura corporal. Segundo o secretário de Segurança, capitão Diego Caetano de Souza, “seguimos o monitoramento, se houver necessidade serão realizadas ações no local”, reitera.
Foto capa: Franciele Zanon