Uma tensão entre a prefeitura de Bento Gonçalves e proprietários de terras na região rural tem provocado um impasse significativo, afetando diretamente o acesso às comunidades locais. Nas últimas semanas, a administração municipal enfrenta obstáculos para avançar com obras de infraestrutura em um terreno na Linha Buratti, interior do município.
O projeto, que visa criar uma nova via secundária ligando a Linha Buratti à Linha Pradel, foi iniciado em resposta a um desmoronamento causado pelas chuvas, que danificou o principal acesso entre as comunidades. Contudo, a família que detém a propriedade contesta judicialmente as intervenções, solicitando a paralisação imediata dos trabalhos.
Em uma declaração pública nas redes sociais, o prefeito Diogo Segabinazzi Siqueira reforçou a importância de restabelecer o acesso para aproximadamente 200 residentes da Linha Buratti, garantindo-lhes segurança e mobilidade. Siqueira destacou a intenção da prefeitura em emitir um decreto de utilidade pública para adquirir o terreno em questão, buscando resolver o impasse de forma permanente. “Eu não vou tirar o maquinário, a gente vai fazer esse acesso, porque eu preciso dar essa tranquilidade para as 200 pessoas que moram no Buratti. O que a gente vai fazer é manter o serviço e ao mesmo tempo eu já estou organizando um decreto pra comprar esse território. A gente vai comprar isso aqui pra não se incomodar lá na frente”, explica.
No entanto, os proprietários optaram por buscar amparo legal, ingressando com uma ação possessória aceita pelo Ministério Público em favor da família. Este movimento jurídico resultou na interrupção temporária das obras, deixando a situação em um estado de incerteza.
Na noite de quinta-feira, 23, a situação teve uma reviravolta com a revogação de uma liminar pela 1ª Vara Civil da Comarca de Bento Gonçalves. O juiz Carlos Koester, responsável pela decisão destacou a urgência de restabelecer o acesso às comunidades afetadas, permitindo assim a retomada das obras, desde que as condições climáticas o permitam. Enquanto a prefeitura argumenta a necessidade vital da nova via para a comunidade, os proprietários contestam a legalidade das intervenções, destacando a ausência de autorização formal para a realização das obras.
Foto: Roberta Webber / Divulgação