Pequenas capelas de madeira ou construções sólidas em pedra eram sempre o centro da vida colonial.
Ao contrário da maioria dos alemães, que sofreram cerceamentos por serem protestantes, num país em que a religião oficial era a católica, os italianos fizeram da atividade religiosa o foco da sua vida comunitária.
“A escola e o professor não são exigidos pelos imigrantes, assim como exigiam o padre e a Igreja”, diz um relatório do governo provincial de 1886. Em cada núcleo colonial, a igreja ocupava o ponto principal, e a construção de igrejas e capelas mobilizava sempre a participação coletiva, com doação de material e trabalho voluntário.
Os estilos e materiais eram variados, desde simples casinhas de madeira até a imponente obra de pedra talhada ou de tijolos artesanais, transportados para o local um a um pelos fiéis enfileirados.
Frequentemente separado do corpo principal das capelas, o campanário concentrava as atenções em todos os templos católicos da região. Em Flores da Cunha, por exemplo, um dos primeiros núcleos da povoação colonial, a Igreja Matriz, construída na década de 1920, ostenta o “O maior campanário de pedra do país”. Sua construção contou com a colaboração de toda a população e de pedreiros do então distrito de Nova Pádua que o erigiram com 11.122 pedras talhadas à mão. Nele estão instalados cinco sinos, o maior deles com 1.200 quilos de bronze.
Mas não só as grandes naves revelam a primazia dos templos. Também os CAPITÉIS, as pequenas capelinhas construídas ao longo de estradas, geralmente numa encruzilhada, testemunham a religiosidade dos imigrantes e a frequência dos cultos familiares.
Eram erigidos, muitas vezes, para testemunhar uma graça recebida ou dedicados aos santos de sua devoção.
O fervor religioso era cultivado com rigor nas famílias.
Havia orações para todo o momento: para a manhã, para a noite, para a hora das refeições.
“A noite, mesmo cansados, rezávamos o terço, de joelho no chão, encostados nos bancos, ao lado da mesa… alguns vencidos pelo cansaço mal balbuciavam…”, conta o depoimento de um pioneiro.