Natural de Caxias do Sul e com 35 anos dedicados à vida sacerdotal, Clovis Luiz Rombaldi assumiu como pároco e reitor o Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia há três anos. Este ano, ele destaca três importantes marcos religiosos no município: os 120 anos em que a igreja foi aberta ao público, os 100 anos em que se tornou paróquia, além dá tradicional festa anual da padroeira.
De acordo com o padre, em maio de 1902, mesmo que ainda incompleta, a Igreja abriu as portas para a população utilizar o espaço. “Foi nesse período em que começou a acolher o público para as celebrações”, afirma.
Outra data em evidência são os 100 anos que a Igreja se transformou em paróquia. Embora a data oficial seja o dia três de fevereiro, as celebrações devem ocorrer apenas em outubro. “Ainda não comemoramos. Em janeiro, fevereiro e uma parte de março, as pessoas trabalham na agricultura, fazendo a colheita de pêssego e uva, então, não temos festas nessa data”, explica.
Já que em outubro a cidade prepara a festa em honra à padroeira, a ideia é que a data centenária seja comemorada em conjunto, nesse período. Contudo, o religioso garante que o desejo é que a data seja bem festejada, devido à relevância. “Até o final do ano queremos celebrar bem esses 100 anos. É uma data muito importante”, salienta.
O padre acrescenta que tem insistido nas celebrações, uma vez que considera importante o legado deixado pelos antepassados. “A melhor herança que eles podiam ter deixado em termos de fé, espiritualidade e catolicismo, são essas marcas, esses sinais em que a gente pode realmente ver o quanto esse povo acreditou, por ter construído e mantido esta fé, foram uma comunidade religiosa que tanto trabalhou”, defende.
A festa da padroeira Nossa Senhora do Rosário de Pompéia ocorre sempre no segundo domingo do mês de outubro. “Já está no calendário e na memória da comunidade que a festa é sempre nessa data. Está estabelecido assim”, confirma.
Preocupação e dificuldade para aproximar os jovens da Igreja
Questionado sobre quais as principais dificuldades que a paróquia enfrenta, o padre Rombaldi revela que a baixa participação dos jovens é uma grande preocupação. “Tenho insistido, convidado, falado sobre a juventude não estar presente, não só nas celebrações litúrgicas, mas nos trabalhos, encontros e formações”, aponta.
O padre afirma que a Igreja não sabe o que fazer para conseguir aproximar esse público. “Ninguém tem uma receita para isso. A gente vai convidando, tentando estimular, motivar, mas não estamos vendo muito resultados. Parece que eles estão muito distantes de tudo aquilo que é próprio de um cristão”, lamenta.
O religioso alerta que essa é uma preocupação que atinge também as pessoas com mais idade. “Os adultos se perguntam o que será no dia de amanhã, quando os de mais idade ainda, não puderem estar presentes. O que será da vida da igreja? Como será?” questiona.
Missas
Dentre os destaques positivos, o padre salienta que a paróquia está muito bem organizada. Além disso, acrescenta que as pessoas que ainda estão envolvidas, mesmo que seja a minoria, estão bem engajadas. “Quem está aqui realmente tem abraçado a causa e isso nos anima para continuar, mas sempre com essa preocupação: temos que trabalhar para ter mais”, pontua.
As missas celebradas na Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia ocorrem aos sábados, às 16 horas e aos domingos, às 9 horas. Durante a semana, são celebradas missas nas 12 comunidades que pertencem a Pinto Bandeira.