Localidade se encontra próxima do centro e também liga diversos bairros. Por conta disso, ela se torna completa, com empreendimentos diversificados
O bairro Humaitá, localizado próximo ao centro e de diversas localidades, tem seu crescimento habitacional cada dia maior, e isso é notável ao ver os grandes prédios sendo construídos dia após dia. Por conta disso, o comércio foi crescendo e se tornando bastante diversificado. É possível encontrar lojas, academias, consultórios médicos, mercados, entre tantas outras opções que tornam a localidade cada dia mais completa.
Alimentos voltados à saúde
Simone Tronco tem 53 anos e é sócia-proprietária e chefe de cozinha do Alimento Certo, voltado para pessoas celíacas, ou seja, intolerantes a glúten. “Eu sou celíaca, então, como já tinha essa dificuldade de encontrar produtos no mercado, fui fazendo as receitas para mim em casa, e comecei a vender para os mais conhecidos. E aí surgiu a ideia de abrir o empreendimento, conseguimos a sala e fez um ano em abril que começamos aqui”, comenta.
A loja é responsável por doces, bolos, biscoitos e até mesmo pratos salgados, pensando na saúde e no bem estar de quem quer uma alimentação mais natural e menos forte. “Bastante pessoas aderiram, inclusive pessoas que não têm intolerância, mas pessoas que querem uma alimentação mais saudável, uma comida mais leve ou emagrecer e ter um outro estilo de vida também. Porque são fornecidos produtos para pessoas que estão de dieta, que não querem comer carboidrato, porque nós temos muitos produtos ‘low carb’, explica a chef de cozinha.
E Simone está bastante satisfeita com o resultado, principalmente da clientela que está cada dia maior e mais fiel. “Nós crescemos muito neste último ano, a gente começou bem pequeno, era só eu na cozinha e agora tenho funcionários que me ajudam a preparar tudo. Então estamos sempre com produtos novos, hoje já montamos um cardápio que vai entrar para a Alimento Certo, estamos cada dia crescendo mais”, comemora.
Camile Salina também seguiu uma pegada mais voltada ao alimento saudável, e explica como isso aconteceu. “Eu iniciei faz cinco anos aqui com a loja, mas tudo começou com um sonho de ter um empreendimento que servisse comidas mais saudáveis, sentia que a cidade precisava disso. Nesse meio tempo eu fui atrás e conheci a franquia do Mais Natural, e aí ela surgiu”, comenta.
Além do mais, ela relata quais o porquê a localidade é tão boa. “Eu gosto muito do bairro e escolhi ele porque estamos perto do centro, mas sem aquele movimento todo, então aqui é de fácil acesso e também há estacionamento para todos, justamente porque não tem tanta gente”, e ainda complementa como estão as suas vendas. “Os meus clientes eu diria que são bem diversificados, os moradores do bairro aderiram muito ao estabelecimento, mas pessoas de outras localidades da cidade também. Então as vendas têm sido cada vez melhores”, finaliza.
De pai para filho e assim por diante
Há profissões que ultrapassam gerações, o talento familiar que é ensinado desde a infância, onde o profissional aprende com seus familiares aquela função. Esse é o caso da Relojoaria Milesi, que teve seu inicio em Farroupilha desde o século passado. “Começou com meu avô em Farroupilha em 1923, depois da guerra meu pai veio para Bento em 1948 e fomos para uma loja do shopping Bento. Um pouco antes do meu pai se aposentar, nós viemos para o Humaitá e assumimos a loja e o conserto que está aqui desde a década de 70”, comenta orgulhoso.
Bruno tem 22 anos, e já segue a tradição da família há um tempo. “Eu trabalho desde os 16 anos aqui com o meu pai, gosto bastante de aprender com ele, é uma tradição de família já”, e também explica como é a clientela de uma loja tão antiga. “A freguesia é muito boa e fiel, o nosso forte são os consertos, e vem gente de tudo que é local da cidade, mas aqui no bairro temos muitos clientes também”, finaliza.
Outra história de família para família é dos Bortolini, que chegaram no bairro antes dele ser sinônimo de crescimento. Quando Edison Bortolini e seu pai decidiram expandir o negócio que tinham no Humaitá, o local era muito diferente do que é hoje em dia. “Neste bairro, faz 30 anos que iniciamos, mas quando chegamos nem a rua tinha, nem era chamado Humaitá na época, era só a Pernambuco. Tanto que o pai teve que doar um pedaço do terreno para que construíssem a rua. Nem esperávamos que aqui fosse crescer tanto, mas a cidade cresceu, então é natural”, revela.
Com esse tempo todo de estrada, Bertolini conta como iniciaram um empreendimento que já tem tantos na cidade. “A gente fez 50 anos de loja este ano, iniciamos prestando serviços de afiação e consertos de ferramentas para a área moveleira, então não tinha produção, só serviços e ao longo dos anos fomos aprimorando. Hoje em dia nos tornamos uma indústria, portanto trabalhamos 90% com pessoas jurídicas”, finaliza.
“Sem dúvidas é um bairro muito bom para ter loja, porque ele é ligado a muitos outros”
Por conta da expansão e do forte comércio, o bairro acaba se tornando o local de trabalho de muitos. Como a Luana Pereira que trabalha como vendedora na loja Tribuna Modas, e conta como a localidade as beneficia ali. “A localização é muito boa, porque querendo ou não, é perto do centro e muitas pessoas passam aqui na frente e vão conhecendo a loja. Nós também temos um estacionamento próprio que ajuda muito, claro que por não ser no centro, não temos aquele movimento de entra e sai, mas nós temos clientes muito fiéis, de anos já. Sem falar que captamos muitas pessoas pelas redes sociais, então elas chamam por lá e depois vem conhecer a loja”, explica.
Luana trabalha há três anos na loja, mas ela existe há mais de uma década. “Faz três anos que eu trabalho aqui na Tribuna Moda, e a loja já existe há 15 anos. A Thais e a Joelma abriram aqui em sociedade, a Thais gosta muito da área de vestuário, hoje em dia ela é a única proprietária da loja. No começo, quando as fundaram a loja abrangia moda masculina e infantil também, e o nome era Pastor e Grifes, e desde o seu início ela foi neste local”, conta.
E revela como estão as vendas este ano. “Estamos em uma época boa já que agora é o pico, pela mudança de estação. Nossas melhores vendas ocorrem nestes picos, mudanças de estação e no final do ano que o pessoal acaba gastando mais, e depois temos o mês de fevereiro que é um pouco mais fraco já que o pessoal acaba viajando muito”, finaliza a vendedora.
Paulo Roberto Alves também é vendedor, trabalha na Kibox, loja especialista em vidros para casas, também localizado no bairro. “Eu trabalho aqui há cinco anos, a loja começou em Ouro Verde há quase 30 anos atrás, e depois o proprietário adquiriu o terreno aqui e construiu a empresa. Sem dúvidas é um bairro muito bom para ter a loja, porque ele é ligado a muitos bairros, como ao Borgo, São Roque e ao lado do centro. Sem falar que é caminho para a Universidade, então tem muita visibilidade”, explica Alves.
O destaque da localização ajuda bastante, principalmente para a loja que atende diversos nichos. “Aqui nós trabalhamos com diversos públicos, além de engenheiros, consultórios e arquitetos, mas além disso com o consumidor final. Porque todo mundo vai precisar uma hora de uma janela, de box, então nós não temos um público específico”, e complementa que notou certas mudanças nos clientes. “Nós também notamos uma mudança de perfil dos clientes após a pandemia, antes eu ia de casa em casa, de condomínio em condomínio, mas atualmente as pessoas parecem que não querem mais ser visitadas. Então agora tem sido mais uma questão de visibilidade, de eles nos verem e nos procurarem”, finaliza Alves.
O bairro também conta com um restaurante bastante agradável, o Buffet Portuguesa gerado por Antoninho Rigo de 59 anos, que está no ramo há muitos anos. “Há 36 anos atrás eu comecei a trabalhar com restaurantes, a família sempre trabalhou com isso. E há 15 anos abrimos aqui no Humaita, apareceu a oportunidade e viemos, claro que nessa época o bairro era bem menor, deu para ver e sentir o crescimento dele nesses últimos anos. E o local nos aceitou muito bem, digamos que hoje em dia atendemos meio a meio, metade são pessoas aqui do bairro ou que trabalham aqui e o restante são de diversos locais da cidade.
“Então a pessoa vem aqui e tem uma experiência completamente diferente”
A área da beleza é uma das mais crescentes nos últimos anos, com diversos procedimentos rápidos e fáceis de serem aplicados, diversos salões de beleza estão dando cada vez mais certo por conta disso. E esse é o caso das sócias Patrícia Pereira e Tacia Gobato, que juntas decidiram abrir o La Casa de Beleza e cuidado. “Em 9 de setembro deste ano iremos completar oito anos de La Casa. Nós trabalhávamos em um outro salão de beleza, aí veio a ideia de termos um atendimento mais personalizado, no sentido das clientes se sentirem mais em casa, um acolhimento mais humanizado, e assim criamos este espaço. Muitos nos perguntam o porquê do nome, o nome La Casa é por que nós queremos que as pessoas realmente se sintam em casa, até mesmo a decoração foi pensada para isso”, relata a coproprietária.
Com o passar dos anos, a clientela foi mudando bastante. “No início, quando abrimos, as pessoas vinham de outras regiões, porque nós já tínhamos nossas clientes, até porque já carregávamos um tempo de estrada e elas nos acompanharam por muito tempo, portanto vieram alimentando o nosso movimento. Hoje, a gente diariamente recebe clientes que se mudaram para o bairro, que compraram apartamento aqui ou estão de passagem e ficam em airbnbs para algum evento na cidade, justamente por conta da localização”, revela Patrícia.
E também finaliza contando sobre o negócio das duas empreendedoras que não para de crescer. “Nós temos uma média de cinquenta pessoas por dia, os horários mais cheios são do meio dia e no final da tarde. As perspectivas são cada vez melhores, porque a gente preza por qualidade de atendimento e de serviço. A nossa ideia é fidelizar o nosso consumidor e, sempre estar atualizada na nossa área, então a pessoa vem aqui e tem uma experiência completamente diferente”.
Fotos: Renata Carvalho