Passados cinco meses da posse, as cobranças sobre ações da administração municipal parecem ter começado. Claro que nesse período curto de tempo é absolutamente impossível para qualquer prefeito fazer coisas que, sabidamente, não foram mal feitas, pouco feitas ou não feitas em mais de um século. Por outro lado, há coisa que podem, sim, serem feitas já a partir do primeiro dia de mandato. São as triviais, inseridas umbilicalmente na gestão dos municípios, como arrecadar e pagar as contas, por exemplo, sempre obedecendo ao Orçamento do município, com as devidas readequações na medida em que ele vai sendo superado. Sim, não existe orçamento algum que não deva sofrer reparos ao longo do tempo. Ainda não fui convencido sobre a moratória decretada em janeiro pela Municipalidade. E muito menos convencido sobre o parcelamento das dívidas consideradas líquidas e certas, vencidas, e com DESCONTO que chegam a 40% (quarenta por cento) no caso do credor querer receber em um só pagamento, chegando ao valor total se aceitar receber em DEZ vezes. Coloco-me no lugar desses credores. Que culpa têm eles se ocorreu irregularidades nas finanças da prefeitura? E, o pior, os IMPOSTOS sobre as vendas efetuadas para a Prefeitura foram pagos por esses credores. Entendo que há flagrante ilegalidade nessa medida. As dívidas não consideradas corretas e as possíveis irregularidades foram encaminhadas ao Ministério Público. Certo. As informações dão conta de que foram suspensos pagamentos e obras a partir de outubro de 2012. Mas as entradas de dinheiro, as receitas, continuaram normalmente. Se contas não foram pagas e as receitas continuaram, a lógica diz que deve ter sobrado saldo nas contas da prefeitura. No Fundo Municipal da Saúde, por exemplo, havia, em 31 de dezembro, um saldo superior a oito milhões e meio de reais. Não havia, portanto, motivos financeiros para deixar de pagar as contas relacionadas à saúde de Bento Gonçalves. A empresa terceirizada, Fundação Araucária, deixou de receber já em meados de 2012 e ficou sem caixa para pagar centenas de funcionários que foram demitidos. Nem metade da dívida foi negociada e paga. Ainda há funcionários demitidos que não receberam seus direitos. Totalmente improcedente, pois, o cartaz de um manifestante que dizia: “Quantos hospitais poderiam ser construídos com 51 milhões?” A insinuação de fraude nessas dívidas é óbvia. E não é o caso. Pelo menos em mais de 90% dela, segundo a própria Prefeitura. E o superávit das contas municipais no primeiro quadrimestre deixa a certeza de que os credores foram prejudicados. Essa “cobrança” – a dos credores -, portanto, deve ser feita, sim, por ser líquida e certa. E, pelo que tive conhecimento, isso tudo ainda terá desdobramentos. É esperar para ver.