Desde antes das eleições de 2022 opinava neste espaço que, se o PT ganhasse as eleições, veríamos em nosso país uma quase nenhuma preocupação com um dos maiores problemas econômicos que nos assola nos últimos anos que é o déficit público, ou seja, quase nenhuma preocupação com a política fiscal e controle dos gastos governamentais federais. Isso ainda antes das eleições, portanto.

Ano passado, já no governo atual, tenho opinado fortemente que a política econômica (que envolve a política fiscal) que estava sendo adotada estava no caminho de gerar muitas dificuldades ao povo brasileiro no curto e médio prazos pois todos do governo estavam mais preocupados em aumentar a arrecadação do que reduzir os gastos, ou pelo menos controlá-los mais de perto.

Assim, os meus temores de um descontrole nos gastos somado a uma ganância desenfreada no aumento da arrecadação estava se materializando, acontecendo portanto na realidade.

Passados 18 meses de governo federal, continuamos sem plano geral para esse país; continuamos sem prioridades na geração de emprego e renda; sem prioridades estratégicas nem para esse ano, quem dirá para os anos seguintes; continuamos com narrativas erradas de aproximação com países com ditaduras; continuamos querendo aumentar mais e mais a arrecadação com pouco controle do déficit público.

As últimas duas coisas muito erradas, na minha opinião, que o governo federal está impondo à sociedade brasileira são:

– Importação do arroz e tabelamento de preços do mesmo;

– Medida provisória 1.227/24 (proíbe compensação de créditos cruzada).

Na primeira, o governo federal estaria mostrando ao mercado que gosta de tabelamento de preços e controle total na economia, situação que não deu certo no passado e que dará muito errado se continuar nessa tentativa. Os sinais são claros que a política econômica quer interferir na economia de mercado controlando preços mesmo quando os produtores nacionais dão conta de que não haverá falta de arroz. Mesmo que faltasse, sempre o mercado, as empresas participantes, importam o que está faltando sem interferências de governos. Isso é com todos os produtos.

Tabelar, importar, distribuir, colocar sua marca dizendo que é o governo federal, vender, receber e coordenar a entrega nos supermercados é coisa que nenhum governo fez ou sabe fazer.

O Brasil já importa trigo para abastecer o mercado nacional desde muitos anos. Importamos petróleo, produtos químicos, máquinas, tecnologias, aparelhos telefônicos, automóveis, de tudo. Já pensou se o governo se metesse em tudo o que falta no país e quisesse importar tabelar os preços?

Isso mostra a todos, nacionais e internacionais, que as regras podem ser mudadas a qualquer hora, cria instabilidade jurídica, cria instabilidade aos produtores de arroz e outros pois, AMANHÃ O GOVERNO PODE INTERFERIR EM OUTROS PRODUTOS tabelando preços.

O governo quer ser o herói. Cria narrativas para ser Deus.

A segunda, poucos estão falando porque é muito técnico, para compensar a desoneração da folha de pagamento o governo baixou essa medida provisória que já está em vigor que proíbe empresas de compensar o pagamento de créditos de impostos com o pagamento de outros impostos. Isso ferra com quase todas as empresas que exportam pois elas compensam os créditos de alguns tributos com o não pagamento de outros. Isso deixou de existir nessa semana.

Isso é terrível e quase todas as associações empresariais estão pedindo para o congresso nacional devolver essa medida provisória pela instabilidade econômica que isso gerará no país.

Lula e Haddad estão perdidos na economia?

Se não estão ainda, estão a um passo de levaram esse país a rumos não muito positivos.

Pense nisso e sucesso.