Trabalho é focado no diagnóstico precoce e suporte assistencial à família. No município, 20 crianças são atendidas por grupo voluntário
No Brasil, as chances de cura do câncer infantojuvenil são de 64%, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para mudar essa realidade, um dos apoios do Instituto do Câncer Infantil (Ici), com sede em Porto Alegre, é um grupo de voluntários em Bento Gonçalves, que, há cinco anos, trabalha na disseminação de conhecimentos sobre a importância do diagnóstico precoce.
Na cidade, são 20 crianças atendidas, sendo algumas em processo de tratamento e outras em acompanhamento. “O ciclo todo de tratamento pode levar cinco anos”, pontua a embaixadora da causa na cidade, Renata Sandrin. “O Ici realiza o acompanhamento de todo o tratamento da criança, promovendo o direcionamento ágil aos centros especializados parceiros, bem como aos diferentes profissionais envolvidos, tais como oncologista, psicólogo, fisioterapeuta, dentista, nutricionista, dentre outros. Isso agiliza e qualifica o direcionamento do tratamento. Além disso, a família, que se torna totalmente vulnerável, tanto economicamente quanto emocionalmente, recebe todo suporte assistencial”, esclarece.
Ao contrário do câncer no adulto, para o qual existem estudos indicando fatores de riscos possíveis, Renata destaca que para o infantojuvenil resta o diagnóstico precoce como uma das poucas possibilidades de redução de mortalidade. “O trabalho é focado em orientação. Cerca de 80% das crianças e adolescentes no país com diagnóstico precoce são curadas e 30% delas não têm acesso ao tratamento no Brasil. Um dos nossos trabalhos é que esse não seja o índice de Bento”, sublinha.
Os custos ao Instituto do Câncer Infantil são arcados com doações e leis de incentivo como o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Funcriança). A entidade atua por duas vias: busca ativa e demanda espontânea.
O primeiro passo
Em 2015, Renata foi convidada a apoiar a nova sede na capital gaúcha. “Fiquei impressionada com o trabalho desenvolvido para com as crianças e as famílias”, comenta. Por meio do envolvimento com a causa, foi convidada a ser embaixadora na Capital do Vinho.
Dois anos depois, a empresária formou um grupo de apoio no município. Fazem parte: Ana Carolina Azevedo, Suzana Lodetti, Carol Todeschini Dendena e Vânia de Moura.
Seguridade aprova criação de política nacional
A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou no dia 28 de abril a proposta que institui a Política Nacional de Atenção à Oncologia Pediátrica, para garantir o atendimento integral, desde o diagnóstico, a crianças e adolescentes (0 a 19 anos) com câncer. Trata-se do Projeto de Lei 3921/20, do deputado Bibo Nunes (PSL-RS), que recebeu parecer favorável da relatora, deputada Dra. Soraya Manato (PSL-ES).
O projeto aprovado prevê também o tratamento universal e integral, priorizando o diagnóstico precoce, e o acesso a centros habilitados e a casas de apoio. A política deverá incluir medidas para estimular a implantação de planos estaduais de atenção em oncologia pediátrica e a formação de centros regionais, integrados à rede local de atenção à saúde, para diagnóstico precoce de câncer infantil no SUS.
Foto: Pagani fotografia/ Divulgação