Projeto Por Mais Empatia, idealizado por Letícia Bonassina, já conta com cerca de 30 voluntários, entretanto, com a grande demanda, estão em busca de mais mãos solidárias
Ao descobrir que estava grávida dos gêmeos Lorenzo e Vicenzo, em 2018, a mamãe Letícia Bonassina, 24 anos, se questionava sobre quais atitudes poderia tomar para fazer do mundo um lugar melhor. Foi por meio desse questionamento, que no ano seguinte, em 2019, quando os bebês já haviam nascido e a vida estava corrida, que decidiu criar o projeto social Por Mais Empatia.
Inicialmente, a proposta tinha por objetivo atingir três pautas diferentes, porém, importantes: animais, crianças e mulheres em situação de vulnerabilidade social de Bento Gonçalves. Seguiu dessa forma até 2020, atendendo de forma totalmente voluntária todas as situações. “Com muita procura e grande demanda, fizemos inúmeras ações, sendo procurados cada vez mais”, lembra.
Justamente por conta da alta procura, Letícia conta que foi preciso escolher apenas um foco para dar continuidade no atendimento voluntariado. O escolhido foi a causa animal e ela conta o porquê. “Sentíamos no município a mais escassa de atenção”, afirma.
De lá para cá, a ideia, que começou com o desejo de uma futura mãe, ganhou ainda mais força. Hoje, o projeto conta com o apoio de aproximadamente 30 voluntários, que engajados em prol do bem, apoiam o projeto de diversas maneiras, seja recolhendo rações ou ajudando a resgatar os animais abandonados ou em situações de maus tratos.
Trabalho de amor, mas que gera grandes despesas
O trabalho do Por Mais Empatia funciona graças as pessoas que resgatam os animais que precisam de cuidado ou de um lar. Ao tirar algum pet da rua, os próximos passos são: prestar atendimento voluntário, encaminhar para um lar pago já vacinado e castrado. “Prestando todo o atendimento necessário para achar uma boa família e, assim, ter o final de sua vida em segurança, recebendo amor e carinho”, salienta.
Contudo, para que tudo isso ocorra, os custos mensais são altos, principalmente com a grande demanda de casos. De acordo com Letícia, o maior gasto é com clínica veterinária. Porém, há outras contas: com o lar pago onde o projeto arca mensalmente com R$180 para cada cão, mais o consumo de ração. Também tem o valor investido nos 150 cachorros e 80 gatos de bairros carentes que os voluntários ajudam com ração.
Um local para chamar de lar
No sábado, 4 de dezembro, quando o Por Mais Empatia realizava uma ação, na Rua Coberta, para encontrar adotantes, um empresário local levou uma boa notícia. “Ele nos procurou já sabendo do nosso trabalho e nos ofereceu um suporte gigantesco, um terreno para fazermos de lar, sem custo para os nossos animais”, comemora.
Com a novidade, agora o grupo está em busca de mãos voluntárias para deixar o espaço pronto para receber os pets. “Precisamos de ajuda para limpar, roçar, de doação de materiais de construção, de casinhas, cobertas, enfim, tudo para fazermos um bom local para esses animais”, explica.
O local que vai abrigar os animais, a pedido de Letícia, não será divulgação nessa reportagem. “Pois não teremos como receber muitos animais, e somente nós, como projeto, já temos dez para manter e é mais ou menos o que o local irá portar. Não mais que isso”, esclarece.
Assim que pronto, o local será mantido por meio de doações. “Assim como mantemos todos os cães no lar pago, com madrinhas e padrinhos que valorizam nosso trabalho. Por isso, é extremamente importante a ajuda”, afirma.
Quero ajudar
Quem tiver interesse em colaborar, de alguma forma, pode procurar as redes sociais do projeto, por meio do Instagram @pormais.empatia ou pelo telefone: (54) 9 9175-5355, para contatar a própria Letícia.
É possível ajudar o projeto sendo madrinha ou padrinho de algum dos animais resgatados. Outra forma, que tem muita demanda, é doando rações ou tampinhas. Também é possível tornar-se um voluntário da causa e integrar a equipe.
Contudo, Letícia salienta que uma das ajudas mais essenciais é com a parte financeira. “As contas de clínica são altas, a demanda de ração é altíssima, cada dia mais somos procurados. Chega em torno de cinco casos por dia e, infelizmente, precisamos ir resolvendo os piores, pois precisamos escolher, não conseguimos atender todos. Quanto mais ajuda e apoio tivermos, cada vez mais poderemos abraçar, por isso é extremamente importante a conscientização e ajuda da comunidade”, finaliza.