O Governo Federal anunciou nesta quarta-feira, 29, duas novas linhas de crédito, totalizando R$ 16,5 bilhões, voltadas para apoiar a retomada das atividades empresariais no Rio Grande do Sul após os impactos das recentes calamidades climáticas. Os recursos, destinados a empresas de todos os portes e também à agricultura, oferecem prazos alongados e juros baixos, em algumas modalidades até negativos.

Uma das linhas, no valor de R$ 1,5 bilhão, destina-se à recuperação de centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológico de empresas atingidas pela crise. Os recursos são provenientes da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, foi responsável por anunciar essa iniciativa.

Já a segunda linha, de R$ 15 bilhões, utilizará recursos do Fundo Social para financiar empresas na aquisição de materiais, equipamentos, abertura de novos projetos e capital de giro emergencial. Gerido pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo Social prevê a concessão de crédito em situações de calamidade pública. Essa nova linha foi anunciada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

Além disso, foi criado um fundo garantidor de operações no valor de R$ 600 milhões, para que o Governo Federal sirva como avalista, facilitando o acesso de pequenos e médios empresários, bem como pequenos e médios agricultores, às linhas de crédito já existentes do Pronaf, Pronamp e Pronampe.

As linhas de crédito anunciadas terão prazos longos e juros baixos. Para a compra de máquinas e equipamentos, as empresas terão até 60 meses para pagar, com juros de 1% ao ano e carência de um ano. A modalidade para financiamento de novos projetos terá prazo de até dez anos para pagamento, também com juros de 1% ao ano. Já para o capital de giro emergencial, os juros variam de 4% a 6% ao ano, com prazos de até 60 meses e carência de um ano.

A cerimônia de anúncio contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ressaltou a importância das ações do Governo Federal no enfrentamento da crise no Rio Grande do Sul. Destacou-se também a atuação da Secretaria Especial para Reconstrução do RS, ocupada pelo ministro Paulo Pimenta, responsável por coordenar as medidas emergenciais. “Nós mudamos o paradigma de como tratar de problemas climáticos neste país”, disse. “A nossa preocupação neste momento é que não haja qualquer empecilho burocrático que atrapalhe as decisões do governo a chegar na ponta”, afirma Lula.

Foto: Ricardo Stuckert / PR / Reprodução