Nesta quarta-feira, 16, o governo federal confirmou que o horário de verão não será reimplementado este ano. A decisão foi tomada após uma reunião que analisou os impactos econômicos e energéticos da medida, onde ficou claro que os benefícios financeiros não justificam a adoção do horário alterado. Assim, o país permanecerá com o horário convencional.
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, afirmou que a discussão sobre o tema foi conduzida com rigor. “Houve zelo e cuidado ao fazer esse debate”, declara. Especialistas do setor se reuniram 10 vezes nos últimos 45 dias para avaliar a situação. Silveira ressaltou que, com a segurança energética atualmente assegurada e um leve aumento na capacidade hídrica dos reservatórios, não há necessidade de implementar a mudança neste verão.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) havia recomendado o retorno do horário de verão, argumentando que essa medida poderia aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, especialmente em um contexto de crise hídrica. O Brasil enfrenta a pior seca desde 1950, e a implementação do horário de verão poderia ajudar a reduzir a demanda de energia, especialmente durante os horários de pico.
Com os reservatórios das hidrelétricas em níveis críticos, o país tem recorrido a usinas termelétricas, que geram energia por meio de combustíveis fósseis, como carvão. Essa alternativa é mais cara e menos eficiente, resultando em tarifas de energia mais altas para os consumidores. O horário de verão tem o potencial de diminuir a demanda em até 2% durante o início da noite, o que representa uma economia estimada de até R$ 400 milhões ao país, aliviando parte dos custos relacionados ao uso das termelétricas.
Silveira reconheceu os esforços realizados para melhorar a situação hídrica, afirmando que “não foi só ajuda de São Pedro, foi planejamento” que permitiu um aumento de 11% nos níveis de água dos reservatórios de cabeceira. Ele também mencionou que a possibilidade de retorno do horário de verão será reavaliada em 2025, conforme as condições climáticas e energéticas evoluírem.
Com a decisão de não retomar o horário de verão, o governo federal busca um equilíbrio entre a segurança energética e as necessidades da população, enquanto continua a monitorar o impacto da seca e a capacidade dos sistemas elétricos do país.