O Governo Federal não deve ceder a pressão de empresários e entidades do setor para retornar com o horário de verão, extinguido pelo presidente Jair Bolsonaro em 2019. De acordo com as afirmações do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante inauguração de uma nova termelétrica no estado do Rio de Janeiro, a decisão foi tomada após a realização de novos estudos que indicaram a ineficácia da medida para amenizar os problemas causados pela crise hídrica e a pressão dos reservatórios das hidrelétricas.
Segundo o ministro, o horário de verão “não se faz necessário no que diz respeito à economia de energia”. Desde o agravamento da crise hídrica no país, com a possibilidade de apagões e racionamentos, setores como o de turismo, serviços e shoppings pediam a retomada do projeto, com o objetivo de amenizar a pressão nos reservatórios, bem com, no auxílio à retomada da economia, afetada pela crise provocada pela pandemia de covid-19, já que com uma hora a mais de claridade, a população poderia aproveitar e ir às compras.
Em uma pesquisa realizada pelo Semanário em suas redes sociais, 73% dos participantes apoiam o retorno da medida e 27% são contrários. Com a possibilidade de retorno, o governo pediu novos estudos ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que conclui que o retorno do programa não apresentaria resultados de grande impacto no enfrentamento da crise energética. Os indicadores apresentados mostram que com a popularização dos aparelhos de ar condicionado, elevando o pico de consumo para o turno da tarde, onde o calor é maior, retardar o pôr-do-sol já não era considerada uma medida tão eficaz.