O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em entrevista ao jornalista Pedro Bial assumiu publicamente sua condição sexual. Pela primeira vez, o chefe do Executivo gaúcho falou sobre sua homossexualidade e afirmou que não teria nada a esconder. O político, de 36 anos, cotado a concorrer à presidência da República no ano que vem fez a revelação durante o programa “Conversa com Bial”, gravado na quinta-feira, 1º de julho, e exibido durante a madrugada desta sexta-feira, 2 de julho.
Segundo Leite, com a exposição de sua figura a nível nacional, a decisão em assumir sua condição foi considerada importante, para deixar claro suas escolhas e derrubar de vez insinuações e piadas maldosas, como ocorreram durante todo o pleito de 2018, quando disputou o governo do Estado e, ultimamente, alvo de piadas do presidente da República, Jair Bolsonaro. “Não tenho nada a esconder. Apenas achava que minha orientação sexual era uma questão privada, mas com a exposição nacional, a partir do momento em que assumi a pré-candidatura a presidente, entendi que era importante falar, até para calar as pessoas que fazem insinuações maldosas e piadas desrespeitosas. Vergonha eu teria se tivesse que explicar corrupção, mensalão ou qualquer crime”, ressalta. “Mas nesse Brasil com pouca integridade nesse momento, a gente precisa debater o que se é, para que se fique claro e não se tenha nada a esconder. Eu sou gay. E sou um governador gay, e não um gay governador, tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro. E tenho orgulho disso”, revela.
Na campanha de 2018, adversários publicaram insinuações na internet e chegaram a usar uma foto de Leite e dos irmãos segurando a mãe na praia, em Punta del Este, como se um dos rapazes fosse seu companheiro. Agora que decidiu disputar a prévia do PSDB, marcada para o final de novembro, e se colocar na disputa eleitoral, o governador entendeu que não havia motivo para fazer segredo de uma condição conhecida da família e dos amigos. Recentemente, Leite foi insultado pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e decidiu encaminhar representação ao Ministério Público por homofobia. O MP denunciou o ex-deputado à Justiça.
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