Não sei se foi meu pai ou se foi o homem do cartório que escreveu o nome tão complicado: Genny Roza, com dois “n”, “y” e “z”.
A Genny, com seus 87 anos é uma guria. Tem espírito jovem e parece ter 20 anos de idade, ou menos. É só alegria, contagiante.
Ela reside em Balneário Camboriú e seu lazer favorito é no jogo de bochas, onde compete com seus amigos.
Quando diagnosticado um câncer de mama, já com metástase, a Genny Roza foi internada num hospital catarinense para uma cirurgia de retirada de um de seus seios. Ao ser levada para a sala de cirurgia, ainda na maca, um enfermeiro perguntou:
– “É esta a perna que será amputada?”… Estavam levando a paciente errada. Voltou para a sala de espera.
A Genny “fugiu” do hospital e passou a trabalhar como agente de turismo. Viajou o Brasil e o mundo.
Já são passados mais de vinte anos, e o câncer, sem qualquer tratamento, desapareceu.
Levada para análises médicas ela confessa alguns hábitos:
– “No almoço uma cervejinha e na janta um ou dois copos de vinho.”
Até santo poderia ser canonizado com o milagre da Genny Roza.
Festeira que é, sempre disposta, passou a ter alguns pretendentes.
O mais interessante foi aquele que, depois do período de namoro, pediu permissão para passar uns dias no apartamento da Genny. Depois de uma demorada análise e consulta às filhas, aceitou.
No início da noite de sexta-feira ele apareceu de mala e cuia. Depois de descarregar a mudança na porta do edifício, lembrou que esquecera algo no carro: o papagaio.
Um papagaio no apartamento?! Tudo bem. A Genny recordou-se daquele que a Dona Blandina tinha em casa que, apesar de tanto ouvir orações só dizia palavrão. Uma vergonha o bichinho.
Fato é que o moço apareceu com outro “papagaio”, daqueles de urinar na cama, muito usado nos hospitais.
Foi pra já: a Genny Roza mandou o cara voltar com as malas para o carro e o namoro terminou ali mesmo. Ora bolas: tudo tem limites.