Atualmente, no Brasil, segundo a estatal, o preço médio da gasolina é de R$ 5,17. Já no Rio Grande do Sul, o valor está em R$ 4,99
No primeiro dia deste mês, a Petrobras anunciou nova redução no preço da gasolina. De R$ 3,53 para R$ 3,28 por litro nas refinarias, a diminuição foi de R$ 0,25 centavos, o que gerou impacto positivo para o consumidor final. A alteração de 7% foi a segunda em menos de um mês, pois em 16 de agosto houve outro anúncio de mudança no valor do combustível.
Atualmente, no Brasil, segundo a estatal, o preço médio da gasolina é de R$ 5,17. Já no Rio Grande do Sul, o valor está em R$ 4,99. Em Bento Gonçalves, pesquisa do Procon realizada na quinta-feira, 8 de setembro, mostrou uma média entre 32 postos do município, que fica em R$ 4,92.
Por que o preço está baixando?
O economista e professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Mosar Ness, explica que o combustível tem baixado por três razões, e a primeira delas é interna, pela alteração do cálculo do Imposto sobre Operações relativas à Circulação (ICMS) por lei. “Os estados estão arrecadando em uma velocidade reduzida. A tributação menor tem colaborado para que tenhamos uma redução no preço. A outra situação é de âmbito global. Tivemos uma diminuição nos preços do petróleo, ele caiu de $120 o barril para pouco menos de $100, porque o mundo está passando a viver uma recessão, todos os países: Alemanha, Estados Unidos, França e a própria China vão crescer menos esse ano. Essa característica faz com que a demanda por combustível e por energia diminua em parte, e isso faz com que o preço do petróleo acabasse por ser reduzido”, exemplifica.
O terceiro motivo, conforme Ness, é o processo de estabilidade do dólar. “Ele não tem mais variado com tanta força e isso faz com que o custo, tanto de produzir, quanto de importar, se torne mais estável, e consequentemente o valor para ser repassado no preço nos próximos dias será menor”, esclarece.
De acordo com o economista, por enquanto ainda vão acontecer algumas quedas e, depois, retorna um cenário de incertezas. “A guerra na Ucrânia tem se mantido, de uma maneira geral, isso tem estabilizado toda a Europa, porque caiu basicamente o fornecimento não só de petróleo, mas também de grãos. Além disso, temos a questão de que as sanções impostas à Rússia reduziram a fabricação e distribuição de combustíveis e, principalmente, de gás de cozinha. Isso cria um temor muito forte, porque o continente se aquece com o gás russo porque ele é abundante e barato, é algo que os europeus estavam acostumados. Mas enquanto perdurar essa perspectiva de termos um crescimento menor na economia, a tendência é de que se mantenha uma estabilidade nos preços”, menciona.
As próximas reduções, segundo o docente, não devem ser tão intensas quanto as dos últimos meses, apesar de perdurarem. Ademais, se espera que o preço da gasolina gire em torno de $0,80 a $1. “É mais ou menos isso que está acontecendo neste momento para o consumidor. Nos Estados Unidos a gasolina está sendo vendida a $4, um galão de 3,6 litros”, salienta.
Eventos mundiais e nacionais influenciam na economia como um todo. Para Ness, os riscos de o preço da gasolina aumentar sempre existem, todavia, o perigo da guerra interferir já foi diluído. “A expectativa agora é de que, se o conflito permanecer, a oferta vai continuar nesse nível, não deve haver uma valorização no preço do petróleo. Se terminar, mudará a perspectiva. Se acabasse hoje, as probabilidades para a economia mundial seria de que houvesse um afrouxamento e a possibilidade de retomada no nível de crescimento para o próximo ano”, interpreta.
Com relação às eleições, o economista destaca que a precificação maior se dá sobre o dólar, e a moeda tem mantido uma certa estabilidade porque o mercado está fazendo algumas leituras do possível resultado para as disputas que acontecem em outubro. “Ainda diria que o cenário é incerto, existem possibilidades, mas acredito que, à medida que os dias vão passando, qualquer intervenção ou virada vai se tornando menos possível. Com isso, a instabilidade que recairia sobre o dólar não vai acontecer”, prevê.