A necessidade e o isolamento fazem surgir as primeiras oficinas e industrias primitivas.
Era exigência que o imigrante fosse agricultor, já que a meta principal de imigração no sul era ocupar o território e aumentar a produção agrícola. Entre eles, no entanto, havia muitos profissionais e artesãos, registrados como agricultores. Foram estes que deram impulso ao surgimento de oficinas e pequenas indústrias, assim que os núcleos começaram a se desenvolver. A dificuldade de comunicação com os centros mais desenvolvidos e a necessidade de equipamentos para suprir os colonos da região estimularam esta diversidade de ofícios.
Seis anos depois da chegada dos primeiros colonos, já se registrava a existência de uma fábrica de cerveja, uma oficina de sabão, uma funilaria e várias oficinas de ferreiro, além de 73 moinhos.
Por sua localização geográfica, num centro de passagem para outras colônias, Caxias conhece um desenvolvimento econômico mais rápido que as demais. Além da fonte de produção agrícola, serviam de entreposto comercial entre os Campos de Cima da Serra, as Colônias do Nordeste e Porto Alegre. Em 1890 a região colonial, registrava a existência de 235 indústrias e dezenas de casas de comércio.
O crescimento acelerado dessa produção de fundo de quintal, num primeiro momento, impulsionado pela demanda local, dos próprios colonos, desenvolveu uma tendência entre muitos autores: de explicar o desenvolvimento da indústria no Rio Grande do Sul por uma “EVOLUÇÃO NATURAL” desses artesanatos e oficinas primitivas da região colonial. Por essa visão, das toscas oficinas de conserto teriam nascido às metalúrgicas, as ferrarias gerariam as fundições, a cantina caseira cresceria até transformar-se na grande vinícola e assim por diante, num desenvolvimento contínuo que teria como motor “O TRABALHO E A VONTADE DE PROGREDIR”.
Sem dúvida muitas das grandes indústrias, que hoje estão entre as maiores do Estado ou mesmo do Brasil, tiveram origem em pequenas unidades artesanais.