Anúncio ocorreu na noite de terça-feira, 25, e contou com a presença dos presidentes das siglas, lideranças políticas locais, pré-candidatos a vereador e apoiadores
Os nomes do empresário Paulo Caleffi (PSD) e do presidente da Câmara de Vereadores, Rafael Pasqualotto (PL), foram lançados como pré-candidatos à majoritária nas eleições de outubro em Bento Gonçalves. O anúncio ocorreu na noite de terça-feira, 25, durante evento político, que contou com a presença de representantes dos blocos de partidos apoiadores, lideranças políticas e correligionários.
A alteração do cenário político na Capital Nacional do Vinho veio após tratativas que envolveram representantes de seis partidos políticos: o PSD, PL, Republicanos, Novo, PDT e, por fim, o MDB, que tinha o ex-prefeito, Alcindo Gabrielli, como nome previamente confirmado para disputar o pleito. No entanto, após tratativas e acordos, o emedebista abriu mão da candidatura para apoiar a dobradinha Caleffi-Pasqualotto.
Em seus pronunciamentos, os presidentes dos partidos ressaltaram, de forma unânime, a necessidade de mudanças na gestão pública. Alguns, mais enfáticos que outros, criticaram a postura do atual mandatário, Diogo Segabinazzi Siqueira (PSDB), na condução da prefeitura de Bento Gonçalves. Um dos mais enfáticos e críticos foi o presidente do PL, Evandro Speranza, que, em diversos momentos de seu pronunciamento, utilizou a expressão “vamos devolver Bento Gonçalves ao povo”.
O dirigente, que no pleito de 2020 compôs a chapa com Gabrielli, disse ainda que a cidade precisa de um prefeito que vá até às comunidades e bairros durante todo o período em que estiver à frente da prefeitura. “Não precisamos de um prefeito de Facebook e Instagram. Essa cidade foi sequestrada pela administração que está aí. Seis partidos unidos, que vão assumir a prefeitura municipal para fazer diferente. Nós precisamos de um administrador que vá nos locais durante os quatro anos e não um prefeito de discurso”, afirma.
Os discursos seguiram com a convergência de que a união entre as siglas para apresentar uma nova proposta à comunidade, sobressaiu os desejos pessoais. O presidente do MDB, Mateus Dallazen Borges, disse que o momento era histórico, uma vez que o seu partido, que até então tinha Gabrielli como pré-candidato, acreditou no projeto. “Se nós estamos sentados esta noite aqui, apresentando os pré-candidatos, é porque houve diálogo, entendimento e compreensão. Cada um aqui, abriu mão de algo e deu um pouco de si para uma causa maior”, pontua. “Vemos uma administração que está aí há 12 anos e esgotou a sua capacidade de entregar à comunidade. Ela não consegue mais resolver os problemas do nosso município. Após as chuvas de maio, os desafios que eram grandes, agora ficaram ainda maiores e a atual gestão não consegue dar conta de problemas que se arrastam há anos. É necessária e vital a mudança”, ressalta.
Pasqualotto, anunciado como pré-candidato a vice-prefeito, agradeceu a presença de todos e falou sobre a importância da união entre os partidos, no intuito de apresentar à Bento Gonçalves uma nova proposta de gestão. “Nós temos pouco mais de 100 dias para levar esta proposta aos quatro cantos de Bento Gonçalves. É um discurso da renovação”, afirma. Sem citar nomes, o presidente da Câmara de Vereadores garantiu que a campanha terá o foco na apresentação de propostas, mas garantiu que não irá se calar para ataques e mentiras. “O grupo que aí está (atual governo) é especialista no ataque. Como se ali não houvessem erros”, disse.
O presidente da Câmara fez apontamentos à atual gestão, criticando situações que ocorreram na área da saúde, educação, infraestrutura. “Nós não estaremos na defensiva. Quem tem explicações a dar, não somos nós”, ressalta.
O último a falar foi o pré-candidato a prefeito, Paulo Caleffi, que em 2020, ficou em segundo lugar no pleito, perdendo apenas para o atual prefeito. Em seu discurso, o empresário e também ex-deputado federal, agradeceu a confiança e explicou os motivos que o fizeram retornar à cena política. “Eu recebi o convite de seis partidos. Nenhum deles me pediu nada. Apenas afirmaram que nós precisávamos mudar para não ser mais da mesma coisa. Que Bento Gonçalves precisaria ter um governo diferente e progredir um pouco mais rápido, com melhor desenvolvimento para os seus cidadãos. Eu aceitei o convite, eu ouvi as ideias de cada um. Confesso que eu tenho muito a aprender ainda. Hoje, eu quero das a minha contribuição, junto com a experiência desses seis partidos”, afirma. “Eu preciso de pessoas com vontade de fazer o bem em troca de nada. Que pensem que esta cidade deva ser o melhor lugar para se morar. Nós faremos política, como administração pública e sem politicagem”, observa.
Cenário de Bento deve ser definido nas próximas semanas
Com a aproximação do período de convenções municipais, que serão responsáveis pela confirmação dos nomes de candidatos a prefeito, vice e vereadores, o cenário eleitoral de Bento Gonçalves deve ser definido no mês de julho.
Na Capital Nacional do Vinho, as reuniões e tratativas entre os partidos devem seguir com a costura para manter antigos apoios e a busca por novos. A formação de coligações e alianças políticas também se torna fundamental, pois permite ampliar o espectro de apoios e fortalecer a base eleitoral. A negociação de alianças pode definir o sucesso ou insucesso de uma campanha, influenciando diretamente no resultado das eleições.
A campanha eleitoral inicia em 16 de agosto e segue até outubro. Como não há segundo turno em cidades com menos de 200 eleitores, como é o caso de Bento Gonçalves, o pleito ocorre no dia 6 de outubro.