Evento anual, lembrado em 8 de março, foi celebrado pela primeira vez no ano de 1911. Onu oficializou a data somente 1975. Momento lembra os avanços e a inserção das mulheres em diversos meios da sociedade
O Dia Internacional da Mulher teve origem no movimento operário e se tornou um evento anual reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Sua semente foi plantada em 1908, quando 15 mil mulheres marcharam pela cidade de Nova Iorque exigindo a redução das jornadas de trabalho, salários melhores e direito ao voto. Um ano depois, o Partido Socialista da América declarou o primeiro Dia Nacional da Mulher.
A data foi celebrada pela primeira vez em 1911, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Mas só foi oficializado em 1975, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) começou a comemorar.
Esta se tornou uma ocasião para celebrar os avanços das mulheres na sociedade, na política e na economia. Para marcar esse dia, conheça a história de algumas mulheres de fibra e que dedicam seus dias a fazer a diferença, de alguma forma, para a família e a sociedade.
“Somos fortes, guerreiras e estamos sempre prontas para lutar por nossos ideais”
Lourdes Lembi Gnoato é uma dessas mulheres de fibra. Determinada, sente-se orgulhosa por tudo que conquistou. “Sou agricultora, profissão herdada dos meus pais, José e Nayr Lembi, a qual sigo com muito orgulho. Desde pequena, junto com meus irmãos, aprendemos o cultivo das uvas e a lida com os animais. Uma profissão pouco valorizada, mas muito necessária, pois sem a roça a cidade não sobrevive, é da agricultura que vem todo sustento. O trabalho é árduo, mas não tem preço que pague viver num lugar tão lindo e tranquilo”, recorda.
Uma de suas paixões, sem dúvida, é a família. “Casei com 22 anos e construí minha família junto ao meu falecido marido Antonio. Temos dois filhos, Rubiane e Rudinei, ambos casados, e tenho dois netos, que são minhas paixões, João Antonio e Liz”, celebra.
Apesar de tantos avanços, Lourdes afirma que é necessário ir em busca de mais. “Para mim a mulher pode e deve ocupar o lugar que quiser, somos fortes, guerreiras e estamos sempre prontas para lutar por nossos ideais. Ser mulher é sinônimo de força, coragem e determinação! Apesar de tantos avanços, seguimos sendo diminuídas e desvalorizadas, lutar por nossos direitos se faz necessário.
Merecemos todo respeito e carinho”, pede.
“Ser mulher é sobre uma busca pela liberdade de lutar pelos sonhos”
Desde pequena, Gi Manica sempre teve uma certeza em sua vida: queria fazer a diferença na vida daqueles que passassem por ela. Foi naquela época que o sonho de dar aula e ter muitos alunos aflorou em sua alma, inspirada em suas professoras.
Em sua trajetória, nada foi tão simples para que todos os sonhos fossem possíveis de serem realizados. “Devido à ausência de meu pai, minha mãe e eu lutamos muito, trabalhando em dois empregos e fazendo bordados em ponto cruz nas poucas horas de ‘folga’, para conseguir conquistar nossa casa própria e também para eu poder me formar em Biologia. Aos 17 anos tive minha primeira experiência em sala de aula como monitora. Após isso, foram mais 12 anos como professora, e 11 anos entre Supervisão Escolar, Coordenação Pedagógica e Orientação Educacional. Nesse tempo, além de especializações profissionais, também casei e realizei o sonho de ser mãe”, recorda.
Mais recentemente, outro desejo se tornou realidade: o de abrir seu espaço clínico. “Mesmo com muito medo e receio, resolvi desengavetar um antigo projeto: pedi demissão de um bom emprego e montei meu espaço. Nele, presto atendimento psicopedagógico, reforço escolar e suporte ao aprendizado”, salienta.
Ela acredita que as mulheres devem seguir lutando pelos seus ideais. “Para mim, ser mulher é sobre uma busca pela liberdade de lutar pelos sonhos, é ter a sensibilidade de ver uma semente plantada florescer e dar os frutos! E também não parar no tempo, continuar correndo atrás dos objetivos e fazer acontecer, mesmo com todas as adversidades. Sempre procuro estar forte metal e fisicamente, pois sei que isso me levará mais longe. Penso que é justamente isso que pode fazer as mulheres serem e estarem no lugar que elas quiserem e sendo mais felizes”, conclui.
“Lugar de mulher é onde ela decide estar naquele momento, sem julgamento”
Dinara Schio se sente empoderada por tudo que interiorizou das lições que aprendeu, dos desafios do caminho ao longo de sua trajetória e do amor próprio que construiu nesses anos.
Natural de Passo Fundo, quando pequena, mais precisamente aos seis anos, ficava em casa cuidando dos irmãos menores, enquanto os pais trabalhavam. “Minha avó materna morava perto da nossa casa, era benzedeira e auxiliava as pessoas. Eu admirava aquilo, e logo despertou em mim o desejo de que quando crescesse, também fazer o mesmo”, revela.
Grande parte de sua vida sempre foi voltada à espiritualidade. Descobriu desde pequena que tinha mediunidade aflorada e tentou compreender e estudar sobre isso. Aos poucos, foi entendendo seu processo e esclarecendo suas dúvidas.
Passou por muitos percalços ao longo de sua caminhada: com nove anos ficou em coma por 10 dias, uma separação quando descobriu a gravidez e após a gestação, em 2006, foi diagnosticada com apendicite supurada (peritonite) + colecistite. “ Neste último caso, o abençoado médico que teve a coragem de me operar, disse que eu tinha que ter muita fé, pois as minhas chances de viver eram mínimas. Naquele momento pensei: Como Deus poderia estar fazendo tudo isso comigo? Gritei bem alto para ele e foi aí que ele me mandou seu filho, Jesus. Enxerguei-o ao lado da minha maca, ele tocou meu antebraço e disse: “…filha, confia tudo vai dar certo”. Ali chorei imensamente, agradeci a mediunidade e foi graças a ela que pude enxergar o Cristo Jesus”, considera.
A partir dali foi operada, se recuperou e escutou o chamado da sua alma. “Em 2008 fiz meu primeiro curso de Reiki, e comecei minha caminhada neste mundo de auxiliar pessoas a expandir suas consciências através do amor. De lá pra cá foram muitas formações na área holística e quântica. É um caminho sem volta”, enfatiza.
Ela revela que ser mulher vai muito além. “Honro minha ancestralidade feminina em minha plenitude, sendo feliz. Aprendi que lugar de mulher é onde ela decide estar naquele momento, sem julgamento, apenas com a responsabilidade de ser quem és”, salienta. A história completa pode ser conferida no Instagram @dinaraschio no dia 8 de março.
“Podemos tudo que quisermos, basta levantarmos e corrermos atrás dos nossos sonhos”
Ana Marcia da Costa Maciel é tem o riso fácil e possui uma força sem igual. Uma mulher que já foi menina e que teve que aprender a se virar desde muito cedo. “Sou simples e imensamente feliz”, afirma.
Ela é mamãe de Júlia Rafaela Maciel dos Santos, uma princesa que veio para alegrar os seus dias há 26 anos. “Sou uma mãe atípica e só quem tem um filho especial sabe o quanto nos privamos de muitas coisas para nos doar totalmente ao cuidado dos nossos filhos. Graças a Deus eu consigo lidar bem com isso. Minha filha é minha vida, meu coração batendo fora do peito e se Deus me confiou ela é porque sabia que eu iria ser forte e ser a melhor mãe para a Juju. Tenho muita fibra, levanto todos os dias, faço os primeiros cuidados da minha pequena, cuido da minha casa, dos meus pets, e no final do dia, quando chega meu esposo, Valmir Francisco dos Santos, vou para academia, pois amo e acho que mereço ter esse tempo e cuidado comigo”, revela.
Neste dia especial, ela deixa um recado para todas as mulheres. “Corram atrás de seus sonhos e não deixem ninguém dizer que somos menos por sermos mulheres. Afinal, quem Deus escolheu para carregar uma vida fomos nós, então podemos tudo que quisermos, basta levantarmos e corrermos atrás dos nossos sonhos. Mulher e dádiva de Deus”, comenta.
“Somos força, sabedoria e delicadeza, conseguimos transformar os dias em algo leve e encantador”
Marivane L. Foscarini Pereira é uma dessas mulheres determinadas e de fibra. Veio para Bento Gonçalves em 1996, aos 14 anos, e foi aqui que estudou, trabalhou e constituiu sua família. “Durante minha trajetória, trabalhei por oito anos em um ateliê de couro, bolsas e carteiras. Trabalhava de dia e estudava a noite. Me casei, tive meu primeiro filho, mas nunca deixei de trabalhar. Em 2004, comecei em uma empresa moveleira, onde permaneci por 17 anos. Um ano antes de sair desse emprego busquei o curso de ASB, mesmo contra a vontade do meu ex-marido, e concluí com muito orgulho. Em 2009 nasceu meu segundo filho. Os exames do pré-natal estavam todos normais, entretanto, ele nasceu antes e logo percebi que tinha algo diferente. Foi somente aos quatro anos que foi diagnosticado com a Síndrome da Microduplicação e Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, salienta.
Mas uma das fases mais impactantes foi há três anos. “Quando me separei. Sempre acatei ordens, vivia subestimada. Nunca tinha voz e nem vez. Decidi tomar rédeas da minha vida e deixei de me importar com o que ou outros iam pensar ou falar. Segui minha vida com meus dois filhos, que são meu bem maior”, frisa.
Ela diz que as mulheres têm uma força inimaginável. “Às vezes não a conhecemos, mas não temos que ter medo, devemos lutar e encarar, não deixar que nada e nem ninguém nos sujeite e nos defina. Somos força, sabedoria e delicadeza, conseguimos transformar os dias em algo leve e encantador”, realça.