Um estudo recente realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) trouxe à tona uma análise crítica sobre o valor do salário mínimo no Brasil. De acordo com os cálculos do órgão, o salário mínimo deveria estar na casa dos seis mil e 900 reais para atender às necessidades básicas de uma família composta por dois adultos e duas crianças. Essa cifra representa quase cinco vezes o valor do piso nacional atualmente em vigor, que é de R$ 1.412.
O Dieese utiliza como base para seus cálculos as necessidades básicas estabelecidas pela Constituição Federal, que incluem moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social. Para determinar o valor necessário para atender a essas necessidades, o órgão considera o custo da cesta básica mais cara entre 17 capitais pesquisadas. No mês de maio, por exemplo, a cesta básica de São Paulo foi utilizada como referência, com um custo de R$ 826,85.
Brasileiro precisou trabalhar mais de 110 horas no mês para pagar produtos da cesta básica
Além de calcular o valor ideal do salário mínimo, o Dieese também estima o tempo médio que um brasileiro precisa trabalhar para adquirir os produtos da cesta básica. No mês de maio, esse tempo médio foi de 110 horas e 31 minutos nas 17 capitais pesquisadas. Esse dado revela uma realidade preocupante, onde os trabalhadores precisam dedicar uma quantidade significativa de horas de trabalho apenas para garantir o acesso aos produtos básicos para sua subsistência.
Impacto socioeconômico
A disparidade entre o valor do salário mínimo atual e o valor estimado pelo Dieese evidencia os desafios enfrentados pelos trabalhadores brasileiros para garantir condições mínimas de vida digna. A defasagem salarial representa não apenas uma questão de justiça social, mas também impacta diretamente a economia do país, afetando o poder de compra da população e dificultando o acesso a bens e serviços essenciais.