Com o início das olimpíadas, diversos sonhos e jornadas são lembradas. Devido a isso o Semanário vai mostrar os bento-gonçalvenses que amam as modalidades olímpicas

Está marcado para a sexta-feira, 26 de julho, o início das Olimpíadas que seguem até o domingo, 11 de agosto. Competição contará com 10.500 atletas de cerca de 206 países, disputando 28 esportes diferentes, com um número igual de atletas masculinos e femininos, totalizando 5.250 de cada sexo, abrangendo modalidades como, vôlei, esgrima, natação, ginástica rítmica, basquete, atletismo, ciclismo, e entre outras. Os Jogos Olímpicos de Paris são um dos eventos mais aguardados globalmente, com o Brasil destacando-se ao classificar 266 atletas, sendo 152 mulheres e 114 homens.

O Semanário está presente nesta festa esportiva, dedicando-se a mostrar diferentes modalidades olímpicas praticadas na Capital Nacional do Vinho. Vamos contar suas histórias e trajetórias no esporte, oferecendo aos nossos leitores uma cobertura especial desta edição dos Jogos. Para continuarmos nossa série de reportagens escolhemos o ciclismo. As primeiras bicicletas foram inventadas na década de 1850 e eram bem diferentes das bicicletas que conhecemos hoje. Mas foi somente nos anos 1870 que as primeiras competições de ciclismo em pistas de madeira foram realizadas, com a primeira corrida de seis dias acontecendo em Londres, em 1878. O ciclismo de pista cresceu rapidamente em popularidade e continuou a se desenvolver com a criação da Associação Internacional de Ciclismo em 1892 e a organização do primeiro Mundial em Chicago, em 1893.

Breve resumo das regras

O ciclismo de pista é disputado em uma arena de 250m no formato de uma tigela e conhecida como velódromo, com eventos em diferentes formatos de corridas individuais e em equipes. As bicicletas da modalidade são diferentes das utilizadas no ciclismo de estrada por serem fixas e não terem freios.
Acontecem vários tipos de provas na pista, cada uma delas com regras e técnicas específicas. Algumas confiam mais na tática aplicada, enquanto outras favorecem a força e potência. Por exemplo, o esforço necessário para completar uma volta no sprint individual é bem diferente do exigido na corrida em grupo do omnium de 25km.

História olímpica

Uma modalidade olímpica de longa data, o ciclismo de pista apareceu em todas as edições dos Jogos Olímpicos modernos, com exceção da edição de 1912 em Estocolmo. As mulheres competiram pela primeira vez nestes eventos nos Jogos Olímpicos de Seul em 1988.

Ao longo de 120 anos de história do esporte, as nações europeias – particularmente Grã-Bretanha, França, Países Baixos e Itália – conquistaram a maioria das medalhas oferecidas nos Jogos.


O início no Ciclismo

Orlando Isidoro Bau, um entusiasta do ciclismo de Bento Gonçalves, compartilha sua jornada no esporte. Aos 43 anos, Orlando é dirigente do ABC/CONCRESUL e embaixador do GFNY Brasil. Seu início no ciclismo foi marcado por uma transformação pessoal significativa. “Era uma pessoa bem sedentária e comecei na academia, onde descobri a natação e, em seguida, o triatlo, que exigia uma bicicleta de estrada. Foi aí que adquiri minha primeira bike e me apaixonei pelo ciclismo. Hoje, graças a Deus, são cinco anos no ciclismo e nem uma lesão. Claro que, além disso, eu faço alguns reforços musculares para poder prevenir isso”, relembra. Bau destaca como o ciclismo trouxe equilíbrio e saúde para sua vida. “O ciclismo me deu um foco e um norte. Mesmo sendo amador em alto nível, cuido da alimentação, do descanso e dos treinos específicos. Isso também ajuda no trabalho, pois estou sempre disposto e com uma vida mais fluida”, comenta.

Ele também celebra os benefícios físicos e mentais que o esporte proporciona. “Hoje, sou uma pessoa com peso controlado. Já tive 130 quilos, agora, vario entre 89 e 92 quilos. O principal benefício do ciclismo é a estabilidade tanto corporal quanto mental”, destaca.

O ciclismo tem sido uma jornada de superação para Bau. “Minha maior história foi em 2023, quando terminei o campeonato gaúcho em terceiro lugar após sete provas. Fiquei em fuga por 50 quilômetros junto com a elite na clássica da Soja, uma experiência inesquecível”, compartilha. Ele enfatiza que, embora ainda não tenha conquistado uma vitória de primeiro lugar, cada prova completada é uma vitória pessoal.
Bau oferece uma visão crítica sobre o cenário do ciclismo no Brasil. “O Brasil não investe o suficiente no ciclismo, que acaba ficando de lado. É um esporte que exige muito esforço e dedicação, mas carece de apoio financeiro e equipes profissionais”, observa. Ele aconselha os iniciantes a não desistirem e a buscarem oportunidades no exterior, se possível. “O que sempre indico e falo é que a gente vê que quem quer ser ciclista profissional. Tem que pegar com 16 anos e ir lá para a Europa, tentar até o 18, 19, se não rolar, voltar para o Brasil”, comenta.

Expectativas para as Olimpíadas

Embora não tenha aspirações olímpicas devido ao início tardio no ciclismo, Bau acompanha com entusiasmo os Jogos de Paris. “É inspirador ver tantos atletas se dedicando e representando seus países. As Olimpíadas são um momento de união e superação dos ateltas”, afirma.
Bau deixa uma mensagem de encorajamento para todos que desejam seguir no ciclismo. “Não desistam. O ciclismo é um esporte difícil, mas a perseverança traz recompensas. Busquem apoio, treinem com dedicação e aproveitem cada momento sobre a bicicleta”, conclui.