Carla Brum Lopes, 50 anos, tem como orgulho ver a filha seguindo a mesma profissão que a dela. A dentista explica que falava muito sobre trabalho em casa e talvez isso tenha, inconscientemente, incentivado Victória a seguir seus passos. “Ela saía da escola e ia para o consultório me esperar para ir para casa. Me viu muito, desde cedo, tratar os pacientes. Talvez isso tenha influenciado, mas nunca quis impor nada em relação à profissão. A deixei livre para fazer as escolhas, sempre soube que tinha essa vocação para a área de saúde, mas a deixei decidir o que ela queria fazer”, relata.
Para Carla, ser mãe envolve amor, responsabilidade e cuidado em relação a outro ser humano. A mãe afirma também, que acredita ser o maior sentimento que se possa ter. “Um amor incondicional. Costumo dizer para a Victória que chega a doer de tão grande, forte e intenso. Por um filho se é capaz de ir à lua. Existe a preocupação quando eles são pequenos com os cuidados iniciais da vida, aprender a caminhar, a comer, a primeira aula. À medida que o tempo passa, os cuidados vão se modificando e sempre queremos o melhor. Mãe, se pudesse mudar de lugar para que o filho não passasse uma dificuldade ou não sofresse uma decepção muito grande, com certeza trocaria. Acho que ser mãe é sentir e proporcionar para um outro ser humano quase o impossível”, destaca.
A dentista foi mãe cedo, aos 25 anos, quando recentemente tinha se formado em odontologia. “Comecei a trabalhar ao mesmo tempo em que me tornei mãe. Acho que isso desperta um senso de responsabilidade total. Eu tinha que me desenvolver em todos os sentidos: como mãe, mulher e profissional. De repente, me via tendo que começar um trabalho novo e eu tinha uma bebê em casa. Para mim houve mudança de estrutura de vida, e dentro do coração. Por um filho tu vai à lua. Me tornei adulta em um piscar de olhos e passei a colocar a filha e a família em primeiro lugar. Ao ser mãe me tornei guerreira, foi o grande desafio da minha vida”, ressalta.
Para finalizar, a profissional destaca que ter um filho é algo que Deus proporcionou apenas às mulheres. “O privilégio de gestar, sentir uma criança crescendo e ter toda essa tarefa, que acho que não acaba nunca, enquanto nós estivermos vivas”, conclui.
De mãe para filha
Para a filha, Victória Lopes Leal, os aprendizados são motivo de admiração pela mãe, como pessoa e profissional. “Ser dentista é muito além de tratar os dentes, pois na cadeira temos uma pessoa, com sentimentos, problemas e toda uma vida por trás. Temos um papel muito maior e sempre vi isso em minha mãe, uma profissional completa, mas também uma pessoa que acolhe o paciente. Por ter essa admiração, sabia que eu queria fazer isso pelas pessoas”, conta.
Para ela, a ligação familiar é algo sobrenatural. “Deus não coloca duas pessoas em posição de mãe e filha por acaso, acredito muito que viemos nessa vida dessa maneira para aprendermos uma com a outra. Sobre respeito, amor, espiritualidade, crescimento e evolução do ser humano por completo”, ressalta.
Fotos: Arquivo pessoal