Segundo o ex-governador, os 2 milhões de dólares de propina eram guardados em conta bancária no exterior
O ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral confirmou que comprou por U$$ 2 milhões de dólares a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Cabral revelou que, em 2009, após o Rio ter passado na primeira etapa da escolha, o então presidente do COB, Carlos Arthur Nuzmann, sugeriu a compra de votos, por intermédio do presidente da Federação Internacional de Atletismo, o africano Lamine Diack.
Nuzmann teria dito que Leonardo Gryner, seu braço direito no COB, já estava em contato com o filho de Lamine, Papa Diack, para a compra dos votos.
Cabral contou que o dinheiro para a negociação saiu de uma conta abastecida por propinas, que mantinha no exterior. O ex-governador colocou o empresário Arthur Soares, conhecido como rei Arthur, que está foragido da justiça, para fazer os pagamentos.
Além do 1,5 milhão de dólares, Nuzmann e Diack teriam pedido outros U$ 500 mil para garantir novos apoios à candidatura do Rio. Na votação final, a cidade venceu Madri por 66 votos a 32 e virou sede dos jogos olímpicos de 2016.
Durante o depoimento, o ex-governador revelou que entre os que tiveram o voto comprado estão: o nadador russo Alexander Popov e o atleta ucraniano Serguei Bubka, campeão olímpico no salto com vara. No total, 9 dos 95 membros votantes foram comprados, segundo Cabral.
O interrogatório de Cabral faz parte das investigações da Operação Unfair Play, que investiga irregularidades na campanha vitoriosa.
O ex-governador não chegou a fechar um acordo de delação premiada, mas é tratado pelo MPF como réu confesso.
O advogado de Nuzmann, João Francisco Neto, disse que seu cliente é inocente e que não participou das supostas operações de pagamento de propina envolvendo a compra de votos.
A defesa de Leonardo Gryner disse em nota se houve compra de votos, seu cliente não participou e que ficou claro que Sérgio Cabral falta com a verdade e não apresenta qualquer prova de seus relatos.
Fonte: Agência EBC
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