Os problemas são muitos e as soluções são poucas. Os professores não recebem o piso, o salário está parcelado, não há funcionários suficientes nas escolas e só em 2015 as redes de ensino do estado perderam seis mil educadores, em decorrência de aposentadoria, exoneração e morte. Diante destas adversidades a categoria decidiu reivindicar por seus direitos e melhores condições de trabalho.Entretanto, o maior problema que as escolas estaduais estão enfrentando no início deste ano é a falta do repasse da verba da merenda escolar.
Desde o início do ano letivo, o Governo Estadual não tem repassado o valor necessário para a alimentação dos alunos. As escolas deveriam receber, por aluno R$ 0,50 para que pudessem ser feitas refeições completas, além deste valor, que varia conforme o número de estudantes matriculados há ainda o dinheiro da Autonomia Financeira (utilizado para despesas da escola e para concertos em geral), que fica em aproximadamente R$ 2.404,32 e o repasse do Material Permanente (para compra de novos materiais, como cadeiras, mesas) no valor de R$ 1.030,00, que também não estão sendo repassados. Em meio à crise e à falta de ajuda do Governo, é preciso encontrar alternativas para que a refeição, considerada a hora mais importante do dia, não falte na mesa do refeitório das escolas estaduais da cidade. Os professores de todo o Estado tem pedido melhorias, em Bento Gonçalves, alguns docentes só conseguem manter-se em condições melhores devido à verba recebida do Governo Federal. “Nós temos a vantagem da escola ser pequena. Contamos apenas com 280 alunos e o dinheiro que recebemos do Governo Federal nos ajuda a manter a aliementação. Outro ponto positivo é que estamos conseguindo utilizar o saldo do caixa de 2015, só não sabemos até quando ele vai durar”, acrescenta Adriana Machado, responsável financeira do Colégio Estadual Landell De Moura.
Outras escolas da Zona Sul da cidade acabam amenizando o problema da falta de verba com a ajuda do Círculo de Pais e Mestres (CPM), que mensalmente repassa aproximadamente R$ 700 para o educandário. No primeiro mês de aulas, os pagamentos do Governo estão parcelados, a primeira remessa foi de R$ 1.600, sendo que o total deveria ser de R$ 3.200. O Palácio do Piratini deixou de repassar em julho e agosto de 2015 o total de R$ 22 milhões e como afirmam alguns professores, desde o ano passado o atraso se tornou corriqueiro. De acordo com o Coordenador da 16ª Coordenadoria Regional da Educação (CRE), Leonir Olímpio Razador, as dificuldades são advindas do início do ano. “Estamos no princípio de 2016, que começa com novidades nas escolas, novos diretores e toda a burocracia por trás da tomada de posse deles e por isso há alguns atrasos também de trâmites para repasse de verbas. No ano passado aconteceram também algumas demoras, mas estávamos orientando as escolas a utilizarem como recurso emergencial o dinheiro da Autonomia Financeira”, comenta.
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