Falta de professores e funcionários são registrados nas instituições de Bento Gonçalves
Não era a maneira que diretores, professores e comunidade em geral esperavam para o início das aulas na rede estadual de ensino. Nos primeiros dias após o retorno das férias, o cenário se mostra com várias dificuldades, com as instituições tendo que realizar várias adequações para a falta de professores e funcionários. Mesmo que não de forma oficial, a 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), estima que 30 professores estejam faltando nas instituições.
Em Bento Gonçalves, são 22 escolas estaduais, as quais iniciaram o ano letivo na quarta-feira, 20 de fevereiro. Mesmo que de forma inicial, o cenário já demonstra preocupação e incertezas por parte da comunidade escolar. O motivo não é nenhuma novidade, mas que está se intensificando com gravidade a cada ano: a falta de professores e funcionários.
O Coordenador Regional de Educação, Leonir Olimpio Razador, confirmou que há falta de profissionais nas escolas da Capital do Vinho. “Não temos esse número confirmado, mas acredito que não deve passar de 30 professores. Acredito que se não na próxima, mas na outra semana isso está acertado”, prevê.
De acordo com Razador, além das tradicionais exonerações, aposentadorias e doenças, os quais são imprevisíveis, a falta de professores neste início de ano se deve ao chamamento de profissionais para a rede municipal. “O município fez concurso e está chamando os professores, os quais muitos são do estado e atuavam como contratados ou nomeados. Eles analisam a conveniência e claro, hoje, a nomeação no município é mais rentável. Essa chamada que Bento fez absorveu vários professores”, argumenta
Escolas como Maria Goretti, Anselmo Luigi Piccoli e Landell de Moura são algumas na lista da falta de professores. Na Landell, segundo a diretora Rosalice Morbini, a disciplina de história para os alunos do ensino médio é que está sem professores. “Estamos suprindo com atividades repassadas pela direção, vice e supervisão, com a utilização dos livros didáticos da própria disciplina de história. Por enquanto, essa foi a forma encontrada para não haver prejuízos no conteúdo”, explica. Ainda segundo a diretora do Landell de Moura, foi feito contato com a 16ªCRE, mas não há previsão para um novo profissional estar na escola.
Demais áreas
Segundo dados obtidos pela reportagem do Semanário junto à 16ª (CRE), as necessidades de funcionários que não abrangem o ensino em sala de aula, é de 12 merendeiras e oito serventes para serviços gerais e limpeza. Uma das escolas que apresenta esse problema é a Imaculada Conceição, no bairro Conceição. Os detalhes são dados pelo professor e diretor da instituição, Moacir Machado. “O ano letivo começou há poucos dias e os problemas são antigos. Estamos sem merendeira, monitor para alunos com necessidades especiais, pessoal da limpeza, bibliotecária. A gente entra em contato com a 16ª CRE e não se tem certeza de nada, se podemos pedir ou não a contratação de pessoal e quando irá ocorrer a chegada”, lamenta.
De acordo com o diretor, a situação é de conhecimento da 16ª CRE. Ele aproveita para criticar o sistema educacional e o governador Eduardo Leite (PSDB). “Foi encaminhado para a CRE, mas tem um descaso da própria coordenadoria. Nunca vi isso em todos esses meus anos como professor ou diretor. A 16ª não sabe o que vai acontecer consigo mesmo, se fecha ou não. E além do mais, o governador sabia da situação e dizia ter solução para a educação, mas está pior do que antes”, desabafa.