Em pouco tempo, Diogo Segabinazzi Siqueira tomou grandes espaços políticos e se tornou Prefeito de uma das maiores potências econômicas do Rio Grande do Sul
Diogo Segabinazzi Siqueira nasceu em Joaçaba (SC), mas logo se mudou para Uruguaiana, então, se considera gaúcho. Aos 17 anos, foi a Porto Alegre para cursar Odontologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde conheceu Marlon Pompermayer, Luís Otávio Batista e Aurélio Machado, e acabaram se tornando grandes amigos. Ao finalizar o curso, em 2002, resolveram montar um consultório em Bento Gonçalves. E foi aí que iniciou a história de amor de Siqueira por esta região. Em poucos meses foi trabalhar em Santa Tereza, onde conheceu sua esposa Cláudia Remus e, com o tempo, casou e constituiu sua família, com o nascimento da filha Martina. Passados apenas cinco anos, se tornou Prefeito daquela cidade no pleito de 2008, reeleito em 2012.
A convite do então prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, em 2017, tendo recém-encerrado seu segundo mandato em Santa Tereza, assumiu a Secretaria Municipal de Saúde, realizando um notório trabalho em meio a muitas dificuldades e uma surpreendente pandemia. Na eleição de 2020, foi lançado o candidato do PSDB, em coligação com o Progressistas e o Republicanos. São 21 anos de Serra Gaúcha, destes, 15 dedicados a vida pública à população, antes de Santa Tereza, agora, de Bento Gonçalves.
Orgulho desta cidade
“Tenho muito orgulho de ter escolhido Bento e de Bento ter me escolhido. Acredito que sempre deva haver essa relação de proximidade entre a população local e quem vem de fora. Bento é uma das cidades que mais cresceram no Rio Grande do Sul nos últimos anos. É muito rica, que tem muita gente empreendedora e quem vem de fora tem que se adaptar a essa realidade. Tenho muito orgulho de ter vindo para cá”, disse o prefeito.
Investimentos no interior
“Nosso problema é que ficamos atrás na questão de asfaltamento no interior. Mas isso foi pensado para organizar esse crescimento incrível e rápido que aconteceu aqui, então tiveram que ser priorizados os bairros. Agora precisamos ter um olhar com mais empatia para o interior e correr atrás de todo esse tempo em que deixamos de fazer asfalto e priorizamos a área urbana. Então, estão sendo feitos investimentos em todos os distritos, além de uma grande obra que é a ligação de Faria Lemos com o Vale dos Vinhedos, pelo Vale Aurora. Quando tivermos essa obra pronta, e já estamos entrando no quinto quilômetro de asfalto, vai ser uma divisão de águas para o turismo do interior. É uma região que merece”, esclareceu Diogo.
Municipalização da ERS-444
“Defendemos a municipalização porque com ela diminuímos a burocracia para conseguir liberar os alvarás todos os anos, de todos os empreendimentos. Facilitamos a manutenção dessa estrada. O Estado fez, antigamente, um asfalto sem base, e acabou gerando toda essa buraqueira. Fizemos um tapa-buracos rápido, com asfalto frio. Agora a tarefa é melhorar toda a drenagem. O trabalho, que já está sendo realizado, será feito em etapas, com limpeza e troca de bueiros, escoamento da água, recorte do asfalto antigo e colocação do asfalto quente trecho por trecho. A médio prazo teremos a troca do asfalto, como fizemos num determinado trecho, com um investimento de R$ 1 milhão, o que deverá durar cerca de 20 anos”, afirmou o prefeito.
Bento é uma cidade muito rica, que tem muita gente empreendedora e quem vem de fora tem que se adaptar a essa realidade. Tenho muito orgulho de ter vindo para cá.
Obras na cidade
“Iniciamos no primeiro ano de mandato com muitas obras. A cidade cresce e precisa de muitos investimentos. O primeiro ponto foi uma recuperação total do Centro e em várias vias, como Alameda Fenavinho, Carlos Dreher Neto, a terceira via da Aristides Bertuol. Arriscamos, fizemos uma obra necessária, com toda a engenharia presente. Sabíamos que teríamos alguma situação de risco, mas estamos fazendo obras para melhorar a cidade. Tem que ter investimentos, estratégia e coragem também. Tudo que é obra vai gerar problema, confusão no início, mas a longo prazo é uma conquista para toda a população”, afirmou com convicção o prefeito.
Pilares da gestão
Prossegue Diogo dizendo que “no início da gestão o Amarildo e eu tomamos uma decisão: que o básico tinha que funcionar muito bem. Que o simples precisava ser feito com excelência, que tínhamos que atender bem a população, mas que algumas situações precisariam ser olhadas com muito mais carinho: saúde, educação, segurança e ainda a assistência social, pensando principalmente nas crianças e idosos. Porque aquele cidadão em idade de produzir que não consegue emprego em Bento Gonçalves é porque, na verdade, não quer trabalhar. Tem vaga em tudo que é empresa. Na saúde, fizemos uma grande mudança. Tínhamos na UPA um grande problema: muitos cidadãos estavam indo para lá e as 25 unidades básicas estavam atendendo com 100% de agendamento. Então, as 25 equipes que estavam à disposição atuavam somente com agendamento e quando ocorria qualquer necessidade, todo mundo ia para a UPA. Passamos de seis médicos para sete, oito, nove, chegamos no décimo e, mesmo assim, tínhamos mais de quatro horas de espera. Agora, as 25 unidades têm nova forma de agendamento: 50% com marcação e 50% livre demanda. As pessoas podem ir à unidade de seus bairros antes de ir para a UPA. Com isso, acabamos tirando muita gente daquela longa espera, não temos mais tantas reclamações. Foi uma ação que demandou muito trabalho, mas com um reflexo altamente positivo. Temos também pediatra todas as noites, das 17h30min às 21h30min no PA São Roque, reabrimos a Unidade de Saúde de São Valentim, ampliamos o atendimento até às 21h nas unidades do Vila Nova II, Santa Helena e Municipal nas segundas-feiras. A UPA tem que ser um local de urgência e emergência”.
Obras no Complexo de Saúde
Ao falar sobre o assunto, Diogo disse que “estamos fazendo a Base do SAMU e trabalhando na reforma total do antigo Galássi. Fizemos a nova farmácia, que já foi entregue. Estamos fazendo o elevador das internações, os próprios leitos, e licitando pela terceira vez o bloco cirúrgico. Essa etapa realmente atrasou bastante. Precisamos ter uma referência em cardiologia, avançar em ortopedia, e não ficarmos dependendo de outros hospitais. Não adianta tentarmos forçar o Tacchini a querer uma referência que não é de interesse deles, pois estão fazendo muito bem o que fazem. Não existe mais capacidade instalada para outras referências”.
Investimentos em educação
“Mesmo com todas as dificuldades, estamos em 1º lugar no Estado em indicadores da saúde e em 3º lugar no Brasil. Mas temos muito a avançar. O mesmo ocorre na educação. Hoje estamos em 2º lugar no Estado como melhor educação nos municípios com mais de 100 mil habitantes, mas temos que olhar para nossos problemas sempre. Estamos muito abaixo dos melhores do nível nacional dos municípios de São Paulo, Santa Catarina e, principalmente, do Ceará, que estão com as primeiras posições. Por isso precisamos investir. A primeira coisa foi colocarmos material padronizado para os 13.500 alunos. Temos 48 estruturas de educação municipal, sendo que, destas, 22 estão com obras de melhorias, entre reformas e ampliações. Precisamos ampliar o número de salas de aula para atender quem está vindo de fora e para quem nasce aqui. As vagas não são somente para as crianças. São para os pais poderem trabalhar. É um ciclo que facilita o ecossistema. Fizemos uma creche no Zatt, uma no Fátima. Uma escola para os alunos especiais na Planalto. Compramos uma casa no São Roque para instalar mais uma creche. Porém, a estrutura da Fervi, a parceria da Prefeitura com a Fervi, onde colocamos parte do ensino integral da EMTI São Roque, é vista como uma das mais importantes da história do Rio Grande do Sul. Temos lá 320 alunos com educação de alta qualidade. É aquela escola americana, onde o aluno não fica todo o dia na mesma sala. São salas temáticas, que facilitam a vida de todo mundo. Vamos ampliar o número de alunos para o próximo ano e queremos fazer com que esse exemplo seja seguido por outras instituições”, assentiu o prefeito.
Nosso trabalho é sério, de muita dedicação e energia. Não vamos resolver todos os problemas, mas vamos atacar as prioridades.
Falta de professores
Sobre os professores, disse que “existem faltas pontuais, mas estamos contratando. Convocamos do Concurso novos professores, novos servidores. Temos cerca de dois mil funcionários na educação. E é uma demanda sempre crescente. O que tínhamos antigamente de um professor para uma turma de 40 alunos, não é mais a realidade. Tivemos que diminuir o número de alunos por turma. Nas creches, para se ter uma ideia, tem o professor para a turma e um monitor para cada três crianças. Ocasionalmente temos lacunas, mas estamos tentando preenchê-las. Outro problema é a formação que vem acontecendo. E isso não é só na educação. Em todas as graduações há uma diminuição na qualidade do ensino. Por isso, estamos utilizando uma estrutura para treinar os professores diariamente. Os mais antigos, que têm uma bagagem muito forte, estão trocando experiências com aqueles que recém se formaram. Isso está dando um retorno fantástico, então queremos manter de forma permanente e institucionalizada”.
Criminalidade
“Nos preocupamos muito com os assaltos. É um dever da Prefeitura e da Brigada Militar sempre tentar coibir e resolver esses problemas. Agora, quando vemos o número de assassinatos, e olharmos para toda a história dos últimos 10 anos, vemos que teremos uma ou outra situação que foge à regra de todos os assassinatos estarem ligados ao tráfico de drogas. O tráfico é o crime organizado que existe no Brasil e eles têm a regra deles. Temos que fazer com que isso diminua. Mas parece que às vezes avançamos e às vezes retrocedemos. Se o consumidor não é criminoso e o traficante que banca tudo isso é criminoso, como é que pode um ser e outro não ser? Esse assunto é complexo. Minha formação em saúde me mostrou o quanto as pessoas sofrem quando estão no vício. A sociedade faz um investimento imenso para tratamento e o resultado é baixíssimo. Não podemos tratar isso como um caso de saúde. Precisamos de políticas públicas de opressão para que as pessoas não queiram entrar nesse mundo. Temos que ter coragem de falar o que é o certo e o que é o errado. Drogas não é certo. É um problema, mas não é só de Bento”, enfatizou Siqueira.
A venda da Corsan
“Particularmente fui defensor da venda da Corsan. Precisamos nos desfazer de empresas públicas que não são a função do Estado. Faltava água e a população cobrava do Prefeito, do Vereador, do Secretário. Estamos há muitos anos com o mesmo problema, sem investimentos do setor público para a Corsan efetuar melhorias no abastecimento, então, como iremos cobrar saneamento básico? Esperamos agilidade nas novas obras, um sistema de abastecimento mais rápido, uma capacidade maior de reservatórios, além de melhora no saneamento. O primeiro ponto é a despoluição do Lago Fasolo. Não adianta ficarmos fazendo projetos multimilionários se não tivermos essa área tratada”, tranquilizou o prefeito.
Mobilidade urbana
Sobre a mobilidade urbana, o prefeito fala com cautela ao afirmar que “atendendo o pedido da população, fizemos alterações no trânsito da área Central. Também foram feitas algumas trocas simples, que facilitaram muito, como no entorno do Colégio Sagrado. Vejo que algumas obras serão muito importantes, como, por exemplo, o prolongamento a Cavalheiro José Farina. Outra, que colocamos como uma das prioritárias, é o complexo viário da Zona Sul que está em andamento. Esse projeto foi muito planejado. Nos reunimos com RGE, Corsan, Sulgás, com a empresa que venceu a licitação, DMT, Guarda Civil, da rede lógica da CTEC, equipe das obras. Todo mundo acaba sendo afetado de alguma forma. Temos certeza de que nas próximas etapas vamos ter algum transtorno, vai incomodar, mas a longo prazo, vai ser uma grande conquista para todos”.
Dívida ativa
“Houve um aumento na inadimplência dos contribuintes para com o Município nesse início de ano. Isso se deve muito à mudança nacional que aconteceu, e acaba nos afetando. Mas a Prefeitura está estável e isso se deve à sanidade financeira que temos. A Prefeitura não é banco, não é um local que tem que ficar guardando dinheiro, mas temos que ter responsabilidade fiscal. Nos questionam sobre quanto temos em caixa. Se somarmos tudo, estamos com cerca de R$ 60 milhões, mas não podemos arriscar. Gostaríamos de realizar mais obras, de dar um salário melhor para todos os servidores, mas precisamos ser responsáveis para não ficarmos devendo e colocarmos em risco os serviços para toda a população”, afirmou convicto.
Principais gargalos
“Vemos que a demanda diária seja o maior gargalo. Traçamos um objetivo muito claro, que é ter saúde e educação de qualidade. Queremos manter as ruas em boas condições, cuidar das praças, ter uma limpeza urbana eficiente. Temos situações climáticas, como ocorreu em 2 de dezembro passado, que arrebentou centenas de ruas, alagou casas. Como ocorreu com a enchente em setembro. Precisamos fazer um altíssimo investimento, que não estava no planejamento. Foi uma prioridade momentânea, mas a base de tudo não pode ser alterada. E agora seguimos com o trabalho de limpeza nestas localidades e auxílio as famílias atingidas”, esclareceu.
Centro Administrativo
“É uma obra importante, mas não é prioritária. Temos 48 escolas, 25 unidades de saúde, dois mil funcionários na educação, mais de mil na saúde. É complicado falarmos em centralização. Quando somarmos tudo, vemos que está tudo descentralizado. É ilógico pensar em centralizar os serviços. O que vou centralizar numa obra de um Centro Administrativo? Administração, finanças, procuradoria, algum serviço de planejamento, somente os serviços burocráticos, que são os que o cidadão menos utiliza. Então, se tiver que gastar R$ 15 milhões numa obra para centralizar isso, prefiro, enquanto Prefeito, usar o recurso em reformas e ampliações nas escolas, comprar livros didáticos, realizar obras na saúde e ter medicamentos para todo o cidadão que precisar. Essa é a milha escolha”, afirmou.
Mensagem do Prefeito
“Nosso trabalho é sério, de muita dedicação e energia. Não vamos resolver todos os problemas, mas vamos atacar as prioridades. Queremos fazer um governo que ajude as pessoas que mais precisam e ter uma economia que funcione. A Prefeitura não pode atrapalhar o ecossistema econômico, porque são as empresas que geram empregos e divisas. Tentamos acertar para que todos sejam beneficiados. Seguimos trabalhando firme e agradecemos a todos os cidadãos pelo apoio, pela paciência”, finalizou o prefeito.