Com painéis, palestras e workshop, Fórum debaterá o mercado gaúcho e a eficiência energética, entre os dais 22 e 23 de maio, na Casa das Artes; em paralelo, na Rua Coberta, 15 empresas do setor estarão disponíveis para esclarecer dúvidas da população
Tendência mundial em sustentabilidade, a energia solar fotovoltaica vem ganhando espaço também no Brasil. Embora a matriz elétrica nacional ainda seja dominada pela produção hídrica (60,7%), em apenas sete anos, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os painéis solares se tornaram responsáveis por 1% da geração de energia no país, nos colocando entre os 10 maiores do mundo. Impulsionado pela economia, pela consciência ambiental e pelas linhas de crédito, somente em 2019, segundo previsões da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), devemos ter um salto de 44% na capacidade instalada de energia solar.
É para debater os avanços desse mercado e proporcionar oportunidades de debates e também de negócios que a Universidade de Caxias do Sul (UCS), o Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha (APLMMeA), o Senai e o Sebrae organizam, conjuntamente, o “Fórum Estadual de Energia Solar e Eficiência Energética”, entre os dias 22 e 24 de maio, na Fundação Casa das Artes, em Bento Gonçalves. A programação, que se estende ao longo dos três dias, conta com painéis, palestras e apresentação de cinco cases de sucesso, com temas como legislação, regulação na área de energia solar, financiamento para projetos de energia solar, entre outros tópicos.
O evento, que reunirá empresários, gestores públicos, pesquisadores, estudantes, será voltado tanto para empresas do setor, quanto para pessoas físicas e jurídicas que pensam em investir em energia limpa, conforme explica o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simmme) e um dos apoiadores do Fórum, Juarez José Piva. “É uma grande oportunidade para a comunidade de Bento, da região e mesmo do estado quebrarem paradigmas, vendo como a energia renovável é possível e importante. Já para as indústrias, é uma uma chance ímpar, seja pela economia ao instalar os painéis, ou ainda, para novos negócios”, resume.
Oportunidade para negócios
Em paralelo as palestras e painéis voltados ao público pagante (empresários, pesquisadores e profissionais do setor), que ocorrem na Casa das Artes, o Fórum contará ainda com espaço aberto para a comunidade, na Rua Coberta, onde profissionais de 15 empresas estarão respondendo dúvidas para pessoas que estejam interessadas em investir em energia fotovoltaica. “É um serviço sem custos para toda população, para incentivar aquelas pessoas que pensam em instalar painéis solares na empresa ou residência e ainda não estão confiantes. Nos estandes, o público poderá elucidar dúvidas e, quem sabe, já fazer até algum orçamento”, explica Tiago Cassol Severo, coordenador do Fórum.
Ele diz ainda que, ao contrário do que pode ser imaginado, os custos de instalação não são tão altos, e os retornos de investimento são breves “O que doía antigamente é que o investimento tinha que ser inicial, mas agora diversos bancos e cooperativas oferecem linhas de crédito para esses painéis. Tem que citar ainda que o retorno financeiro gira em torno de 4,5 anos e que a garantia mínima é de 25 anos de funcionamento, então são 21 anos para aproveitar”, exclama.
O cenário no Rio Grande do Sul
Aproximadamente 16% da produção de energia solar brasileira provêm de solo gaúcho, o que coloca o estado em segundo lugar na geração fotovoltaica, atrás apenas de Minas Gerais. Segundo dados divulgados recentemente pelo Departamento de Energia da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), o Brasil acumula 822 MW de potência instalada em geração distribuída. Destes, 117,8 MW estão no Rio Grande do Sul, sendo 113 MWp de energia fotovoltaica e os outros 4,8 divididos entre geração eólica, hidrelétrica e termelétrica.
O avanço da produção de energia renovável no estado também ganha contornos ainda mais impressivos pelo fato de que a potência acumulada em 2013, era de 10 kWp, ou seja, houve uma multiplicação na casa de 10 mil vezes. Segundo Severo, a explicação para esses números se dá por fatores naturais. “Temos um clima ameno e uma radiação solar alta, o que garante um grande potencial. Nossa radiação é de 4,2 Kw, sendo que a Alemanha, que é um dos países que mais usa esse tipo de energia no mundo, está na casa dos 3,5 Kw. Além disso, o frio, comum aqui, é propício para o funcionamento das placas. Elas são feitas de silício, um componente que não gosta de calor”, finaliza.