Estudo revela impacto devastador das inundações e aponta necessidade de intervenção nas políticas de saúde mental
Após as recentes enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, uma preocupação adicional emerge: o impacto significativo nas condições de saúde mental da população. Um estudo conduzido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em conjunto com o Hospital das Clínicas de Porto Alegre revelou que a maioria dos gaúchos está enfrentando sérios problemas psicológicos decorrentes das enchentes.
Transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade, depressão e esgotamento profissional foram identificados como os principais problemas enfrentados pela população afetada. A pesquisa, que ainda está em andamento, examinou cerca de mil das duas mil e quinhentas respostas a questionários aplicados durante três semanas aos moradores do estado.
Os resultados são alarmantes: aproximadamente noventa por cento dos participantes relataram sofrer de ansiedade, sessenta por cento apresentaram sinais de burnout e metade está lutando contra a depressão. Surpreendentemente, mesmo aqueles que não tiveram suas casas afetadas pelas enchentes foram afetados psicologicamente.
Os coordenadores do estudo enfatizam a necessidade urgente de implementar políticas públicas voltadas para a saúde mental nas áreas atingidas. O mapeamento dos bairros das cidades afetadas é parte fundamental dessa estratégia, visando identificar e atender às necessidades específicas de cada comunidade. É crucial que o apoio psicológico seja disponibilizado não apenas para aqueles que perderam suas casas, mas também para todos os afetados pelos efeitos devastadores das enchentes.
Foto: Gabriel Galli / Ministério da Saúde