A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) deu início nesta terça-feira, 5 de dezembro, ao mapeamento do solo brasileiro, que pode ser o maior já executado no país. O trabalho será feito ao longo dos próximos 30 anos e a estimativa é de que sejam gastos R$ 740 milhões nos 10 primeiros anos, de acordo com a instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
No Dia Mundial do Solo, representantes de universidades e instituições ligadas à tecnologia e ciência assinaram o protocolo de intenções que oficializa o início dos trabalhos, a serem executados dentro do Programa Nacional de Solos do Brasil (Pronasolos). Os recursos serão liberados ao tempo da elaboração dos projetos e de acordo com o avanço das ações. O objetivo é mapear 1,3 milhão de quilômetros quadrados nos primeiros dez anos.
Entre os maiores resultados esperados está a criação de um sistema nacional de informação sobre solos do Brasil e a retomada de um programa nacional de levantamento de solo. Segundo o coordenador do Pronasolos, o pesquisador José Carlos Polidoro, da Embrapa Solos, os dois pontos estão listados no acordão redigido pelo Tribunal de Contas da União, em 2015, que deu origem ao programa.
Vinte instituições, incluindo nove universidades vão participar do empreendimento, que envolverá atividades de investigação, documentação, inventário e interpretação de dados de solos brasileiros para gestão de recursos e conservação. As informações são fundamentais para inúmeras áreas, que vão de mudanças climáticas a recursos hídricos.
De acordo com a Embrapa, o programa tem grande importância para o ordenamento territorial do país, uma vez que influencia o desenvolvimento econômico do campo, a conservação dos recursos naturais e o gerenciamento dos recursos hídricos. Por estar atrasado em relação ao levantamento de solos do Brasil, a estima-se que o país esteja perdendo U$ 5 bilhões por ano somente pela ação da erosão.
Os setores mais beneficiados são os de seguro e crédito agrícola, zoneamentos agroecológicos e ecológico-econômicos dos estados e municípios, o Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), vulnerabilidade da terra a eventos extremos em áreas urbanas e rurais e, ainda, planejamento de microbacias e projetos de telecomunicações.