Embora a infestação no município ainda seja considerada menor do que 1%, o coordenador da Vigilância Epidemiológica, José Rosa, alerta que com o aumento progressivo, existe o risco de ocorrer epidemias nos próximos anos. Cuidados simples do dia-a-dia podem reduzir o número de focos e proliferação do mosquito
Com a proximidade do verão, estação em que o calor e as chuvas se intensificam, aumenta a preocupação com a reprodução do Aedes Aegypti. A atenção neste período deve ser redobrada, principalmente considerando que o Rio Grande do Sul registrou, neste ano, o maior número de casos de Dengue da última década.
Dados do último Informe Epidemiológico de Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde, revelam que até o dia seis de novembro, foram registrados 14.988 casos suspeitos da doença e 9.529 confirmados. Além disso, houve 11 óbitos neste ano, em cinco municípios do Estado.
Em Bento Gonçalves, embora nos últimos anos não tenha nenhum caso autóctone, ou seja, de pacientes picados pelo mosquito na própria cidade, de acordo com o Coordenador da vigilância Epidemiológica, José Rosa, este ano foram registrados dois casos de dengue importada de outros municípios gaúchos. “Pessoas que foram viajar e, após voltarem, apresentaram sintomas”, explica.
Contudo, o que mais chama atenção na cidade são os focos (ambiente em que o mosquito se prolifera) do Aedes Aegypti, que crescem consideravelmente a cada ano. Em 2018 foram encontrados três, mas no ano seguinte, em 2019, foram 33, ou seja, salto de 1000%. O ano de 2020 fechou com 54 focos, aumento de 63,63% quando comparado com 2019. Este ano, até o momento, foram 70 focos, ou seja, 29,62% a mais que no ano anterior. Nos últimos três anos, o aumento foi de 2.233%.
Embora a infestação esteja distribuída por todo município e praticamente já tenha sido encontrado focos em praticamente todos os bairros, os cinco com maior número são: Botafogo, Santa Rita, São Roque, Cidade Alta e Juventude.
O trabalho não para
De acordo com Rosa, o trabalho de prevenção e controle das doenças é realizado o ano inteiro. “Com visitas, orientações e tratamento de possíveis focos com larvicida pelos agentes de endemias”, afirma.
Atualmente os agentes estão trabalhando no bairro Progresso. Os próximos locais que devem ser visitados são o Humaitá, Maria Goretti, Universitário, Ouro Verde e Zatt, até o final do ano. Mutirões para limpeza de locais com acumulo de depósitos de água devem ser programados para o verão.
Risco de epidemia
O coordenador alerta que, nos próximos anos, existe possibilidade de ocorrer epidemia na cidade. “O Ministério da Saúde preconiza que a infestação nos municípios seja menor do que 1% dos imóveis, para que não haja perigo de epidemias de dengue. No nosso
Aedes Aegypti
A transmissão da dengue, Chikungunya e Zika ocorre pela picada de mosquito Aedes Aegypti. O mosquito tem, em média, menos de um centímetro de tamanho, é de coloração escura, com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo.
A circulação dele é intensificada no verão, devido a combinação de temperaturas mais elevadas e chuvas. Para se reproduzir, o mosquito precisa de locais com água parada, por isso o cuidado para evitar a proliferação procura eliminar possíveis criadouros, impedindo o nascimento do mosquito.